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15 de Outubro de 2010 | Videos | V Congreso de la CLOC | Soberania alimentar
Rádio Mundo Real oferece uma reportagem em vídeo sobre o ato de inauguração do V Congresso da CLOC-VC ser realizado em Quito, Equador, com a presença de Evo Morales, Rafael Correa e o movimento camponês continental.
Na abertura do V Congresso da Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo (CLOC) - Via Campesina ficou claramente estabelecido que no atual momento pelo que atravessam as lutas camponesas como última fronteira no avanço do capital, requere-se um aprofundamento nas alianças e objetivos, diante da ameaça ao planeta de um sistema de exploração da natureza e da humanidade. Ou como foi resumido pelo Presidente da República Plurinacional Boliviana, Evo Morales, o dilema agora é entre “Planeta ou morte”.
Nesse sentido, o movimento camponês articulado na CLOC debateu durante esta semana na capital do Equador os caminhos -que incluem formação, mobilização, comunicação e propostas- para o “Bem Viver” (sumak kawsay em kechwa) e o “socialismo”, resumiu no ato de abertura Luis Andrango, presidente da FENOCIN e Secretário Operativo da Coordenadora.
Andrango, Evo Morales e o mandatário local, Rafael Correa fizeram uso da palavra no Coliseu da Universidade Central do Equador no dia 12 de outubro após uma mística em que foi simbolizada a disputa entre os povos -com homens, mulheres e jovens- e as agências internacionais de financiamento, as transnacionais e o poderoso dólar.
“Se antes gritavamos ’basta!’, hoje dizemos neste Congresso: ’não é suficiente!’” disse Andrango que exigiu que os governos promovam políticas que se ajustem aos princípios da CLOC-VC, “autonomia” para os movimentos para propor críticas e acertar rumos.
O dirigente equatoriano foi claro ao definir o processo do V Congresso como um caminho que deverá avançar na construção de uma ferramenta política dos movimentos camponeses, indígenas, de mulheres, afrodescendentes e intelectuais comprometidos com a luta social para a defesa da Mãe Terra e a superação do sistema capitalista.
Lemas, banderas, lenços e canções cobriram o espaço do Coliseu e anunciaram a chegada dos dois presidentes da América Latina, que ratificaram o compromisso de seus governos para responder às demandas das lutas camponesas, indígenas e afrodescendentes do continente.
Saudade
Evo Morales disse que não respondia a um “convite” da CLOC, mas que que como fundador se sentia “convocado” e continuaria comparecendo às convocatórias desta organização: “estava sentindo saudade, companheiros e companheiras”, disse o mandatário andino.
Morales falou sobre o processo de reforma agrária em seu país e lembrou que entre as definições do movimento camponês na década de 90 estava a de aceder aos governos: “na Bolívia cumprimos com a missão” disse antes de um forte aplauso dos participantes.
Evo dedicou parte de seu discurso ao papel das Forças Armadas na América Latina, denunciando o papel repressivo das manobras conjuntas orientadas pelo Penatágono norte-americano e propondo a criação de uma Escola Latino-americana de caráter militar que forme os uniformados do continente nos valores de democracia, Direitos Humanos e defesa da soberania e bens naturais do continente.
Radicalizar
Por sua vez, Rafael Correa comprometeu-se, após a tentativa desestabilizadora falhada contra seu governo do passado 30 de setembro, a “radicalizar a Revolução Cidadã” e nesse sentido a aprofundar a distribuição de terras estatais, processo em que, admitiu “nos encontramos no começo do caminho”.
Para ele, a dívida do Estado equatoriano com o setor agropecuário e camponês “é ainda mais importante que a própria dívida externa”. Também falou da tentativa golpista do ultimo dia de setembro e o posicionamento de políticos locais, internacionais e dirigentes sociais perante ela.
Após a abertura, foram vários dias de debates e painéis nas intalações universitárias de onde estão surgindo diretrizes do movimento camponês, dos povos originários e seus aliados para os próximos 4 anos.
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