31 de agosto de 2011 | Noticias | Soberanía Alimentaria
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A partir de hoje e até a sexta-feira que vem será realizado no Paraguai o Fórum pela Soberania Alimentar, por iniciativa de organizações camponesas locais articuladas na Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo (CLOC)- Via Campesina, junto a Base Investigações Sociais (BASE IS)
Com o lema “Alimento São, Povo Soberano” foi lançado este fórum, ao que convocado pela Coordenadora Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas (CONAMURI), a Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Camponesas (MCNOC), o Movimento Camponês Paraguaio (MCP), a Organização de Luta pela Terra (OLT), a Organização Nacional de Aborígenes Independentes (ONAI) e o movimento Agrário Popular.
Está previsto que entre hoje e amanhã hajam jornadas de debate, onde a discussão estará focada nas ameaças existentes para a soberania alimentar, tais como o avanço dos agronegócios no Paraguai. Além disso, serão desenvolvidos vários painéis, alguns deles focados nos riscos e ameaças à gestão de bens e recursos naturais e outros temas relacionados às sementes; ameaças às populações rurais; normativas ambientais; água; mineração a céu aberto; militarização de territórios e criminalização da luta, conforme o comunicado sobre o fórum divulgado pela Via Campesina.
Terminadas estas jornadas de debate, na sexta-feira será realizado o lançamento da “Campanha Nacional pela Soberania Alimentar”, com o objetivo de promover a participação das populações urbanas junto às rurais na promoção da soberania alimentar.
A campanha buscará também divulgar os dados sobre agronegócio do observatório que ainda está em processo de construção, para que sirvam como ferramenta para denunciar empresas do agronegócio e visibilizar os riscos e ameaças que atingem as populações camponesas, indígenas e urbanas, nos marcos das perdas da soberania alimentar.
A campanha terá um terceiro objetivo promover a agroecologia como a resposta ao modelo do agronegócio.
“A unidade entre campo e cidade é fundamental para compreender a conjuntura mundial que se reflete no aumento dos preços dos alimentos, a apropriação de terras e a presença de migrantes internos nas cidades, produto da expulsão de suas terras e a busca de alternativas e experiências que recuperem a dignidade”, indica-se no comunicado divulgado no site da CONAMURI.
Ali também se explica que o Paraguai é um dos países cuja soberania alimentar é gravemente ameaçada pelo modelo agroexportador e dos agronegócios, cuja expressão mais agressiva ocorre com as monoculturas de soja, a introdução de sementes transgênicas e o uso indiscriminado dos agrotóxicos.
“Como consequência deste modelo, há uma maior concentração de terra (2,6% da população possui 85,5% do território nacional), perda da qualidade do solo e a água, redução da biodiversidade; o deterioramento da qualidade de vida, o aumento de doenças vinculadas ao uso indiscriminado de agrotóxicos, entre outros efeitos palpáveis na realidade cotidiana do campo, tanto nas comunidades indígenas quanto nos assentamentos camponeses”, indica o comunicado.
Para sair desta situação é que o fórum propõe-se como novo horizonte de possibilidades, onde entre outras coisas se fortalecerão as ideias para elaborar projetos de lei sobre este tema fundamental.
Foto: http://conamuri.org.py/
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