23 de junio de 2011 | Entrevistas | Anti-neoliberalismo | Soberanía Alimentaria
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Os alimentos não podem ficar em mãos do G20. Essa é a síntese da mobilização das organizações camponesas efetuada nesta semana em Paris, onde se reuniram Ministros de Agricultura desse fórum, onde participam os países mais poderosos do mundo.
A Vía Campesina terminou a jornada com um protesto em frente à sede de uma empresa que procura fundos de investimentos para comprar terras na Ásia, África e América.
Javier Sánchez, da Via Campesina, disse à Rádio Mundo Real que o G-20 faz acreditar aos cidadãos “que estão preocupados pela volatilidade” e que queriam deter os paraísos fiscais, embora só “conseguiram destruir mais a soberania alimentar”.
Deve-se entender que “as pessoas são mais importantes do que os mercados”, resumiu o porta-voz da Vía Campesina, que aproveita estes espaços para exigir aos governos políticas públicas de acesso à água e a terra, às sementes e de disponibilidade de empréstimos.
“São incompetentes”, acrescentou Sánchez. Uma das demandas dos camponeses é pôr fim à apropriação da terra, bem como uma urgente implementação dos compromissos adquiridos pela Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural (CIRADR) da FAO, conforme um comunicado da Via Campesina.
Sánchez comentou que há milhões de hectares de terra na África que têm passado a mãos de governos ricos e fundos de investimentos, como por exemplo a fundação de Bill e Melinda Gates.
“Os governos têm que proibir a apropriação, que está expulsando milhões de camponeses”, exigiu Sánchez, antes de refletir que o auge dos agrocombustíveis em países como Argentina e Brasil está substituindo “milhares de hectares que se destinavam à alimentação”.
“Devemos mudar este modelo”, concluiu o dirigente camponês.
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