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17 de mayo de 2012 | |

Mensagem ao general

Guatemala: milhares de pessoas se mobilizaram para exigir o fim do Estado de Sitio em Barillas

“As consultas do povo são amostras de madureza. A impunidade pública é terror”, dizia o cartaz de um dos manifestantes. Outro ia destinado à empresa que está no centro da polêmica pela construção de uma hidrelétrica, Hidro Santa Cruz, com a seguinte pergunta: “quantas mulheres precisam estuprar para produzir luz?”.

Um dos cartazes, que levavam as mulheres indígenas, era para o presidente e general Otto Pérez Molina, que no dia 1º de maio estabeleceu o Estado de Sitio no município guatemalteco de Santa Cruz Barillas: “Que paz é essa, general? Seus kaibiles (soldados de elite do Exército da Guatemala) continuam me estuprando, destruindo minha casa e ocupando meu território”.

Essas imagens são vistas desde a terça-feira 15 de maio no departamento de Huehuetenango, na fronteira com o México, em uma mobilização convocada pelo Comitê de Unidade Camponesa e o Conselho de Povos Mayas do Ocidente, duas semanas depois de estipulada a polêmica resolução.

Em resumo, as centenas de indígenas e camponeses que participaram na marcha pediram-lhe ao Poder Executivo que levante a suspensão dos direitos constitucionais dos habitantes de Santa Cruz Barillas.
Desde o dia 1º de maio até agora, a violência e o medo se apoderaram desta população guatemalteca, que pacificamente –para ser mais precisos, através de consultas populares- vinha se manifestando contra a construção de um mega-projeto hidrelétrico e em defesa do território.

As organizações defensoras dos direitos humanos que têm enviado delegados a Barillas concluíram que os fatos de violência destes últimos dias poderiam ter se evitado se o Estado levava em conta o pronunciamento dos camponeses de 2007, quando foi rejeitada a construção da barragem.

Nesta semana, poucas horas antes da mobilização, organizações guatemaltecas realizaram uma rodada de imprensa onde manifestaram, entre outras cosas, que alguns moradores de Santa Cruz Barillas estão detidos desde o dia 15 de abril, pelo simples fato de participar em mobilizações pacíficas.

(CC) 2012 Radio Mundo Real

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