No dia 2 de novembro, data em que se celebra o dia dos defuntos, um grupo de camponeses de Bajo Aguán chegava a um cemitério da zona, quando foi atacado por uma equipe de guardas de segurança, conforme as organizações locais.

O ataque dos assassinos contratados pelo empresário local René Morales acabou com dois camponeses mortos: Catalino López, de 50 anos, do grupo El Despertar, e José Luis Lemus, de 35 anos, que chegou a ser levado a um hospital de San Pedro Sula em estado grave, falecendo logo.

Na emboscada, segundo um informe da Fian divulgado por ALBA TV, participaram policiais e militares, e foi realizada nos marcos da operação Xatruch II, que se expandiu em Bajo Aguán com o pretexto de deter a violência, mas que evidentemente a potenciou.

Neste caso, aqueles que participaram do operativo foram até o lugar “para acompanhar os guardas de segurança, esquecendo sua obrigação capturar os vitimários e socorrer as vítimas”, conforme a denúncia da Fian.

Com este novo ataque, já são quase 50 os camponeses assassinados desde que Porfirio Lobo assumiu a presidência, e em todos os casos a impunidade é a principal característica.

A gravidade de todos estes fatos acabou com a intervenção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que vem analisando as “graves violações” dos direitos humanos em Bajo Aguán.

Conforme os dados de uma missão da CIDH, que esteve nesta conflitiva região entre fevereiro e março deste ano, existem aproximadamente 3500 famílias camponesas que exigem seu direito à terra, e que vivem sob a ameaça dos grandes latifundistas, em sua maioria produtores de palma africana.