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5 de noviembre de 2009 | Noticias | Derechos humanos | Industrias extractivas
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Se “a voz do povo” é “a voz de Deus” então as permissões de pesquisa e exploração mineradora que proliferam em várias zonas da Guatemala deveriam ser declaradas francamente heréticas.
É que no dia 27 de outubro 18.924 cidadãos disseram não à presençaa de empresas nacionais e transnacionais para se apropriar e explorar os recursos naturais das comunidades de Cunén nos marcos de uma consulta comunitária em 71 populações.
Sob a coordenação do Conselho de Comunidades de Cunén, Conselhos Comunitários de Desenvolvimento, prefeitos comunitários, líderes comunitários, religiosos e o apoio do acordo municipal emitido dia 23 de setembro de 2009, as comunidades das zonas urbana e rural foram convocados para na terça 27 de outubro definir a posição de todos diante das quatro licenças concedidas à mineração no município.
Desde cedo, os habitantes foram se concentrando nos centros de cada povoado onde expressaram sua posição diante das atividades mineradoras, diante dos olhos das autoridades locais estruturadas em COCODES, prefeituras auxiliares e a presença de observadores nacionais e internacionais, organizações sociais e representantes de diversas comunidades indígenas do país.
Bendição democrática
No parque central de Cunén, Diego Us, presidente do Conselho Comunitário de Desenvolvimento de Llano Largo considera este exercício comunitário excelente. “A consulta é uma benção porque protege a comunidade contravindo os governos e deputados que quando ostentam poder vendem povo e todo ser humano, tomando a população como brinquedo político”.
Este exercicio comunitário será feito logo nos municípios de Sacapulas e Uspantán do departamento de El Quiché, onde já tem se aprovado a implementação de mega-projetos e concedidas licenças mineradoras, que põem em risco a vida e segurança da população quichelense.
No caso de Cunén, situada a 232 quilômetros de Cidade de Guatemala, tem se aprovado o projeto de mineração “La Abundante” e os projetos Yexub, ADD Minera e Chepenal.
Os quase 19 mil moradores que disseram “não” às licenças de extração e à presença de empresas guatemaltecas e transnacionais representam 57.5% da população do município.
Os votos contra as mineradoras superaram inclusive os votos registrados nas últimas eleições, segundo Osmundo Oxlaj, membro do Conselho de Comunidades de Cunén.
Rádio Mundo Real conversou também com Domingo Hernández do Conselho de Coordenação e Convergência Nacional Maya Waqib’ Kej. “A consulta é a primeira etapa de articulação das comunidades na defesa da Mãe Terra, as florestas, a água, os plantíos; que estão em risco pela presença das transnacionais”, disse Hernández.
Afirmou ainda que “as comunidades são os atores diretos num exercício positivo, no uso de seus direitos como cidadãos, onde a população demonstra seu repúdio à presença das transnacionais, contra a destruição da Mãe Natureza e contra o enriquecimento de uns poucos dos recursos que possui os territórios indígenas”.
“Quando falam de desenvolvimento, é o desenvolvimento das empresas, das transnacionais, não de nossos povos”, indicou o líder comunitário que acrescentou que no correr deste ano na Guatemala a pobreza atingirá 850 mil pessoas mais e “isto não tem nada a ver com desenvolvimento”.
Fotos: www.waqib-kej.org
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