22 de agosto de 2012 | Entrevistas | Agua | Acaparamiento de tierras | Bosques y biodiversidad | Soberanía Alimentaria
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O meio-dia desta quarta-feira 22 de agosto foi atípico na cidade de Brasília: 10 mil camponeses, indígenas, assalariados rurais, quilombolas e pescadores artesanais percorreram a esplanada dos ministèrios e chegaram até o Palácio Presidencial ocupado por Dilma Roussef para demandar ações urgentes tendentes à implementar a Reforma Agrária nesse país.
A mobilização marcou o encerramento do Encontro Unitário das Organizações e Povos do Campo, as Águas e as Florestas realizado também na capital do Brasil desde a segunda-feira 20 com presença de 7.000 pessoas.
Transcorreu meio século desde que uma instância unitária destas características fosse realizada no Brasil.
Neste encontro estiveram presentes as principais organizações sociais e sindicais vinculadas à produção alimentar do Brasil: A Via Campesina, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), a Federação de Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), bem como organizações agroecológicas, de indígenas e quilombolas.
A intenção unitária nestas organizações concretizou-se neste Encontro cujo principal objetivo foi elaborar uma pauta comum de lutas e reivindicações que possam ser traduzidas em políticas públicas tendentes à reforma agrária integral.
Os coletivos consideraram que “os dados referentes à reforma agrária durante o governo de Dilma Roussef têm sido os piores dos últimos 17 anos, ou seja que mesmo os governos de direita têm feito mais do que o que o atual governo do Brasil que enquanto tanto beneficia as indústrias extrativistas, transnacionais e do agronegócio”, foi o que disse à Rádio Mundo Real uma das lideranças do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Alexandre Conceição.
A entrevista via telefone foi realizada quando 10 mil pessoas chegadas de todo o território estavam em frente ao Palácio Presidencial lendo as conclusões do Encontro expressadas no documento chamado “Manifesto do Campo, as Florestas e as Águas do Brasil”.
A isso somam-se sindicatos de caminhoneiros, funcionários públicos e professores universitários públicos que estão em greve há vários meses.
“O agronegócio, através das cinco principais transnacionais do mundo está se apoderando de todos nossos recursos naturais, enquanto a Reforma Agrária no Brasil está completamente paralisada”, disse o dirigente.
Neste 2012 completam-se 51 anos da realização na cidade de Belo Horizonte (estado de Minas Gerais) do primeiro Congresso Camponês, encontro considerado antecedente deste Encontro Unitário. De fato, aquelas conclusões de 1961 serviram de base e orientação na hora de definir as necessidades das comunidades, tanto simbólica quanto concretamente.
Alexandre foi claro sobre o posicionamento diante da gestão de Dilma Roussef, que contou em sua eleição com o apoio das organizações sociais: “elegemos a Dilma para fazer o projeto do povo e não o projeto do capital”.
Em anexo o documento final do encontro
Foto: María Mello (MST)
Mais informação: http://encontrounitario.wordpress.com
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