11 de junio de 2009 | Noticias | Anti-neoliberalismo
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Com uma apatia generalizada para com a União Européia (UE) que vêem distante e ensimesmada em “solucionar” a crise financeira de suas corporações mais do que em criar democracia e cidadania européias, os cidadãos dos “27” elegeram seus novos parlamentares neste fim de semana com um preocupante avanço dos posicionamentos de direita.
A indiferença com a qual os europeus vêem as eleições parlamentares comunitárias fez com que o próprio PE “explique” em seu site, “por quê votar”: “Se isso não o(a) preocupa, alguém se preocupará por si. Tenha a Europa que quer! Se não votar, não se queixe!”
Mas a verdade é que com um processo de institucionalização européia através da Constituição muito questionada, o colapso financeiro e dos sistemas bancários nos “países líderes” e outros problemas como as leis anti-imigração que se fortalecem em países importantes, o futuro da UE parece estar em jogo em outras arenas mais do que na eleitoral.
O avanço das posições direitistas em matéria de presença no Parlamento foi importante: o Partido Popular Europeu (PPE) obteve 264 vagas, confirmando-se como primeira força política da UE, com uma bancada que supera em cem eurodeputados à do Partido Socialista comunitário.
Esse avanço da direita deve contemplar também aos legisladores do grupo de Democratas e Liberais pela Europa, que obteve 80 vagas, e os 35 eurodeputados da União pela Europa das Nações, integrada em sua maioria por partidos direitistas.
Por outro lado, os Verdes aumentaram sua representação com 9 vagas, atingindo as 52 cadeiras, enquanto a formação confederada Esquerda Unitária Européia passou de ter 41 vagas a ter 32.
A sociedade civil e o movimento ambientalista continua com as campanhas contra as políticas discriminadoras, os benefícios às corporações transnacionais e o avassalamento das economias pobres por parte do comércio europeu, disse à Rádio Mundo Real Tom Kucharz, integrante de Ecologistas en Acción, e da organização www.lospuntosnegros.org.
Esta organização vem realizando ações de protesto pacíficos em frente a edifícios emblemáticos da UE, sobretudo na Espanha, responsabilizando o bloco pela crise financeira, econômica, ambiental e social.
Kucharz prevê tempos ainda mais difíceis aos que se vivem na Europa para os setores imigrantes, já que se somados os votos dos partidos populares, os nacionalistas e os liberais, a maioría absoluta é facilmente atingida na Eurocâmara.
Kucharz mencionou a entrada de eurodeputados xenofobos, racistas e homofobos eleitos no Reino Unido, Holanda ou Polônia.
Diante de um panorama tão sombrio, existe no movimento social uma alternativa articulada políticamente que permita canalizar o descontentamento dos setores mais conscientes da população européia? Tom Kucharz considerou as realidades existem em cada país. Embora tenha indicado que existem candidaturas de esquerda com um discurso contrário à atual hegemonia na UE, para o ativista participar das eleições significa legitimar uma instituição já caduca.
Ver também:
1. http://www.europarl.europa.eu/elections2009/whyvote/default.htm;jsessionid=B0665839A098FDE89A39CDF208CF03D1.node2?language=PT
2. los-puntos-negros.blogspot.com/
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