24 de noviembre de 2009 | Noticias | Soberanía Alimentaria
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A União Nacional de Camponeses do Canadá faz parte da Vía Campesina e participou do Fórum sobre Soberania Alimentar dos Povos paralelamente à Cúpula da Alimentação da FAO, em Roma, na passada semana.
Uma das delegadas dessa organização canadense, Martha Robbins disse à Rádio Mundo Real que apesar do que possa se pensar sobre o benefício que podem receber os pequenos agricultores dos países do norte, “nossas lutas com os camponeses do sul são comuns, porque lutamos contra um sistema igualmente injusto”.
“E nossa solução é a Soberania Alimentar, promovê-la por igual em todo o mundo, por isso estamos aqui nas portas da FAO em Roma”, disse Robbins.
Os acordos de livre comércio, como o que vincula os Estados Unidos, Canadá e México têm sido igualmente devastadores para a economia camponesa mexicana, a mais frágil das três como para os habitantes do campo canadense, disse Martha. “Se bem é verdade que os Estados Unidos e o Canadá estão exportando mais e mais alimentos, esses resultados não se refletem nos pequenos produtores do campo”.
A fome como arma política
Os resultados do Fórum Soberania Alimentar dos Povos serão avaliados em sua real magnitude quando seja colocada em andamento a reforma promovida pela Comissão de Segurança Alimentar da FAO com uma presença reforçada das organizações camponesas.
A Declaração Final do Fórum que terminou no dia 18 foi assinada por 640 pessoas de 93 países diferentes e nela é projetada uma plataforma de ação política dos movimentos para os governos: “A Soberania Alimentar significa transformar o sistema alimentar atual para garantir que aqueles e aquelas que produzem os alimentos tenham acesso equitativo ao controle sobre a terra a água, as sementes, a pesca e a biodiversidade agrícola. Todas as pessoas tem o direito e a responsabilidade de participar na decisão de como se produzem e distribuem os alimentos. Os governos devem respeitar, proteger e garantir o direito à alimentação, definido como o direito a alimentos adequados, disponíveis, acessíveis, culturalmente aceitáveis e nutritivos”.
“Os governos têm a obrigação de proporcionar ajuda de emergência. Mas não devem minar a soberania alimentar e os direitos humanos. A ajuda de emergência deve se obter o mais localmente possível e não deve ser utilizada para pressionar aos países a aceitar os organismos genéticamente modificados (OGM). Os alimentos não devem ser usados jamais como uma arma política”, indica o documento final.
Martha Robbins descreve o agir do agronegócio no Canadá como ferramenta de controle da produção de alimentos em mãos de algumas poucas companhias. “Um dos objetivos do Fórum é atingir uma drástica reforma no Comitê de Segurança Alimentar como forma de controle do agronegócio numa resposta global, bem como sua influência é também multinacional”, afirma Martha, que também identifica o encontro em Roma como o começo de uma nova era onde a voz dos movimentos sociais começa a ser ouvida cada vez mais forte.
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