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18 de Outubro de 2011 | Entrevistas | Negociações Diretrizes Voluntárias | Soberania alimentar
As negociações sobre as DV (Diretrizes Voluntárias) deram um grande impulso político que nos ajuda a entender e a fazer entender ainda mais os governos sobre as nefastas consequências que a apropriação de terras representa para as população em todo o mundo.
“A sociedade civil tem feito enormes contribuições ao documento e atualmente está completamente diferente ao que aparecia no inicio” refletiu em entrevista com Rádio Mundo Real em Roma a Coordenadora do Programa de Soberania Alimentar da Amigos da Terra Internacional, Kirtana Chandrasekaran.
Por exemplo, mencionou o forte reconhecimento dos Direitos Humanos em todo o documento, bem como a importância dos produtores de alimentos de pequena escala como camponeses, pastores, pescadores artesanais e coletores.
A integrante da ATI destacou o espaço político que se abre para debater alguns assuntos sobre a posse da terra como a convocatória de Dakar assinada por quase 900 organizações de todo o mundo e que fora apresentada nos marcos das negociações.
Kirtana destaca também a importância de que tenha havido compromisso de países importantes, o que para ela permitirá fazer que se exijam os direitos através de legislações locais.
“Existe um compromisso moral. Por exemplo, a União Europeia esteve muito ativa durante estas semanas de negociações e portanto essa presença, compromete ela com o conteúdo das DV”, disse a ativista. “Por esse motivo é que muitos governos lutaram para deixar fora aspectos legais”, acrescentou.
“O mais interessante sobre o CFS (Comitê de Segurança Alimentar Mundial) é que os movimentos sociais estão em um nível de igualdade com os governos. É um espaço muito valioso e durante estes dias tem se visto o enorme respeito que existe para com a sociedade civil por ter suas demandas e denúncias organizadas e debatidas. Nesse sentido a ideia de Soberania Alimentar está presente em todo o documento e isso também é muito importante”, acrescentou.
“Podemos utilizar o documento das DV, mesmo que ainda não tenha sido aprovado totalmente, para ter claro o que está bem e o que está mal em relação às políticas agrarias”, considerando isto um instrumento fundamental para o futuro.
Kirtana acredita que a principal próxima tarefa é fazer conhecer os conteúdos aprovados, divulgá-los e fazer com que as comunidades e grupos sociais se interessem no mesmo e o utilizem como uma importante ferramenta em suas lutas.
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