15 de julio de 2010 | Noticias | Derechos humanos | Género
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Lágrimas, pulos e gritos de alegria foram algumas das expressões que os milhares de manifestantes reunidos em frente ao Congresso argentino tiveram na madrugada desta quinta-feira, quando foi anunciado que finalmente havia sido aprovado o projeto de lei que permite o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo.
Esta lei, que torna a Argentina o primeiro país da América Latina em aprovar uma norma deste tipo, havia sido fortemente rejeitada pelos setores mais conservadores da Igreja, que nos últimos dias haviam intensificado uma ofensiva agressiva.
O projeto, aprovado com 33 votos a favor, 27 contra e três abstenções, foi sancionado após 14 horas de discussão acalorada, que teve como pontos altos, o intercâmbio entre o presidente do bloco oficialista Frente para a Vitória, Miguel Angel Pichetto, e a senadora do Peronismo Federal Liliana Negre de Alonso. Pichetto disse que certos posicionamentos da senadora eram próximos à “Alemanha nazista”; a senadora também tem sido vinculada ao grupo ultra conservador católico Opus Dei.
Negre de Alonso, que promovia um projeto de união civil, como alternativa conciliadora de todas as posições –mas que foi rejeitada pelos ativistas a favor do matrimônio por que, entre outros motivos, impedia a adoção por parte dos casais homossexuais- chorou ao tentar se defender.
No discurso de Pichetto também estiveram presentes críticas diretas ao posicionamento que havia adotado a Igreja Católica sobre este tema, acusada levar aos extremos este debate
As posições da Igreja Católica e da senadora Negre de Alonso foram criticadas pela comunidade homossexual, ao tempo que foi festejada a aprovação da lei.
"Venceu a não discriminação, a igualdade e a democracia. É legítimo que haja um setor da sociedade que não concorde. O que não é correto é que tente se impor ao conjunto da sociedade", disse María Rachid, dirigente da Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais, conforme o jornal argentino La Nación.
Rachid afirmou que a lei ajudaria a que as famílias compostas por integrantes do mesmo sexo vivessem com mais liberdade, e afirmou que ainda restava muito por fazer para atingir a igualdade social.
Imagem: www.lgbt.org.ar
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