7 de mayo de 2012 | Noticias | Derechos humanos
As imagens que chegam de Santa Cruz Barrillas, departamento de Huehuetenango, lembram os tristes episódios da década dos 80, quando a ditadura na Guatemala avançava com seu plano de extermínio das comunidades indígenas.
Esse medo à volta dos piores anos da política de “terra arrasada” aparece refletido em uma entrevista da agência informativa ALAI após ser decretado o Estado de Sitio nessa zona do país.
“Os militares já mataram nossos pais, estamos vivendo muita tristeza e terror, principalmente as mulheres com suas filhas e filhos, por favor acabem com o Estado de Sitio”, denunciou na entrevista dona Aurora, que nas últimas horas foi forçada a deixar sua casa diante da perseguição das forças de segurança. Disse isto enquanto organizações locais apresentavam uma denúncia por esta situação, e enquanto soldados do Exército e a Polícia continuavam com as detenções.
O Estado de Sitio decretado nessa zona limítrofe com México pelo governo do militar retirado Otto Pérez Molina tem provocado já a detenção de 15 pessoas acusadas de participar em uma “revolta” no dia 1º de maio, e está gerando “tristeza e terror” entre os habitantes de Santa Cruz Barillas.
É o que afirma a Coordenação e Convergência Nacional MayaWaqib’ Kej, que exigiu através de uma carta dirigida a Pérez Molina o cancelamento “imediato” da medida decretada para o município huehueteco, para que dessa forma se reintegrem as garantias constitucionais dos moradores locais.
Daniel Pascual, coordenador do Comitê de Unidade Camponesa (CUC) e dirigente de Waquib´ Kej, indicou em uma rodada de imprensa que lhe entregarão esse documento, assinado já por cerca de 200 pessoas, à Secretaria Privada da Presidência, às embaixadas presentes na Guatemala e em outros âmbitos internacionais.
O raciocínio de Pascual é claro: o Estado de Sitio somente serviu para gerar medo na população e nada mudou a situação de Santa Cruz Barillas, onde as comunidades locais saíram às ruas para manifestar seu descontentamento com a construção de uma barragem hidrelétrica -promovida pela construtora Hidro Santa Cruz- que pretende ser construída em um lugar utilizado como centro cerimonial e que teria impactos sobre o uso agrícola da água.
As organizações guatemaltecas lembram que nos últimos anos têm se registrado outros decretos de Estado de Sitio em Alta Verapaz, Petén, San Marcos e Fraijanes. "O uso da tropa em ações de proteção social, bem como a imposição de restrição de garantias, só é um mecanismo de aceitação governamental de fracasso no exercício da democracia", conclui a Mesa Indígena e Camponesa.
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