12 de mayo de 2011 | Noticias | Derechos humanos | Luchadores sociales en riesgo | Soberanía Alimentaria
Entrevista com Alberto Salas e Cristina Loaiz, integrantes do Movimento Nacional Camponês Indígena (MNCI-Via Campesina) sobre os conteúdos do projeto de lei para deter os desalojamentos de famílias camponesas que nesta terça-feira apresentaram ao Congresso argentino.
O fastuoso Congresso da Nação Argentina, situado em plena Capital Federal mudou de aspecto ao meio-dia desta terça-feira 19 de abril com a presença de uma feira camponesa, os vermelhos das bandeiras do Movimento Nacional Camponês Indígena e o verde dos símbolos da Via Campesina Internacional.
O MNCI encerrava assim uma semana de atividades em várias províncias argentinas pelo Dia Internacional da Luta Campesina chegando até a capital argentina para apresentar publicamente aos legisladores seu projeto de lei que visa declarar uma moratória aos desalojamentos das famílias camponesas.
A conservação dos produtos, saberes e culturas que fizeram parte dessa feira é possível, segundo o MNCI, graças ao ininterrupto processo de resistência ao avanço do capital sobre os territórios camponeses, através de agronegócios como os de soja e de florestamento, ou através da expansão mineradora.
“A partir da organização de base, resistimos e lutamos por um modelo baseado na Soberania Alimentar e na reforma agrária integral, não apenas para nossos territórios, entendemos que devem ser assumidos para toda a sociedade”, explicam desde o MNCI.
O projeto que será apresentado aos legisladores significa um escudo contra as decisões judiciais que, em geral, têm beneficiado o capital ao invés dos direitos das comunidades.
“Isto não quer dizer que se não for aprovado este projeto, deixemos de resistir e seguir a luta como fazemos há vinte anos”, disse à Rádio Mundo Real Cristina Loaiz, do Movimento Camponês de Santiago del Estero (MOCASE).
A conjuntura eleitoral na Argentina, cujo governo tem se enfrentado com as corporações de latifundistas dedicados à monocultura de soja transgênica, parece abrir uma brecha para que as sempre esquecidas vozes do campesinato tenham eco.
O integrante do Movimento Camponês de Córdoba, Alberto Salas, destaca por sua vez que o que está condensado no projeto de lei baseia-se na sistematização de muitos anos de experiência na resistência concreta.
“Queremos que os legisladores percebam que o futuro argentino está na produção camponesa e para isso é preciso deter os desalojamentos”, diz Alberto à Rádio Mundo Real. Os casos de desalojamentos produzem “negócios sujos” onde intervêm estúdios jurídicos e especuladores com terras. E onde os juízes aplicam “a lei sem levar em conta que trata-se de um problema político”.
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