28 de junio de 2010 | Noticias | Industrias extractivas
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A companhia anglo-holandesa Shell rejeitou na semana passada revelar 30 documentos que forneceriam mais informação sobre as fugas petroleiras de seus oleodutos na zona do Delta do Níger, na Nigéria. O comportamento da empresa demonstra que está escondendo dados para não ter que limpar sua contaminação e compensar às comunidades locais, alerta a organização Amigos da Terra Holanda.
A negativa da Shell foi realizada nos marcos de um julgamento que essa organização ambientalista e quatro agricultores e pescadores nigerianos estão realizando na Haya, onde tem sua sede central. O caso é, portanto, contra a casa matriz e sua subsidiária Shell Nigéria. A companhia é acusada de de cometer uma grande contaminação ambiental provocada por suas fugas petroleiras nos povoados de Oruma, Goi e Ikot Ada Udo. Agora as organizações pediram uma audiência especial à corte para exigir que a Shell facilite o acesso aos 30 documentos.
“Nos marcos do procedimento legal, pedimos a Shell, por exemplo, relatórios que falem do dano de seus derrames de petróleo, o plano de contenção desses derrames, mas a empresa disse que não nos daria nenhum desses documentos”, disse à Rádio Mundo Real Geert Ritsema, porta-voz da Amigos da Terra Holanda.
A Shell tenta se mostrar como empresa aberta e transparente, mas na verdade é completamente fechada, disse o activista. Sempre dizem que fazem tudo apropriadamente e que seguem as normas, mas se fosse assim, por quê simplesmente não revelam os dados? Perguntou o ativista.
“Acredito que o motivo pelo qual se negam a dar estes documentos é que têm medo a serem forçados a pagar uma compensação e limpar o meio ambiente, que é o que querem evitar”, disse Ritsema.
Amigos da Terra Holanda e os quatro agricultores e pescadores nigerianos exigem no processo contra a Shell, que a empresa faça a manutenção adequada de suas instalações na Nigéria, porque as pesquisas realizadas indicam que não atingem os padrões requeridos internacionalmente. Os velhos oleodutos usados ali, nunca seriam aceitos na Europa, por exemplo, disse Ritsema à Rádio Mundo Real. Também exigem que a Shell limpe sua contaminação e compense economicamente os quatro nigerianos, porque não podem pescar nem cultivar desde 2005.
Ritsema esclareceu que a contaminação da Shell atinge em geral a toda a população de Oruma, Goi e Ikot Ada Udo. Por isso, a demanda de limpeza é tão importante, para que seja beneficiada a comunidade enteira e não só os quatro demandantes, explicou.
O ativista da Amigos da Terra Holanda contou que visitou os povoados de Goi e Oruma. Goi tem se começado a desintegrar, disse, as pessoas estão indo embora porque está desesperada, não têm nada para comer.
Amigos da Terra Holanda acredita que a quantidade de petróleo derramada pela Shell na Nigéria durante os últimos 50 anos quase quintuplica o derramado pela britânica British Petroleum no Golfo do México até agora.
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