Conforme seu coordenador, Valter Da Silva, que participa da III Conferência Especial para a Soberania Alimentar, a identidade deste movimento é a reivindicação da economia camponesa, como economia de sistema produtivo e não como “cadeia” de dependência com o capital e o comércio transnacional.

Valter conversou com Rádio Mundo Real como parte da Via Campesina do Brasil e da Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo sobre as implicâncias que adquire o conceito de Soberania Alimentar na atual conjuntura de crise econômica e alimentar em nível mundial.

Valter também analisa de que maneira o campesinato pode cumprir com a tarefa de alimentar a população mundial e combater a mudança climática, indicando que sua organização, que reúne cerca de 100 mil famílias instaladas em várias regiões do Brasil, produz cerca de duas mil toneladas de sementes anualmente, algumas delas têm tido como destino as hortas escolares do Brasil e também programas de fomento à agricultura na Venezuela.

O líder agricultor camponês também indicou que sua organização se nutre de centenas de quadros técnicos e inclusive religiosos que compartilham a filosofia do movimento que caminha junto ao Movimento Sem Terra. E esclareceu: “eles lutam pela terra, nós desde a terra”.

Valter, por outro lado criticou a ideia de “produtor familiar” no sentido de que limita e torna dependente o agricultor de determinadas “cadeias produtivas”: “nós como camponeses falamos da criação de sistemas produtivos que são muito diferentes ao agronegócio e onde inclusive pode haver produção de energia renovável que se visualizamos assim é bem distinto por exemplo da monocultura da cana”.

Foto: Equipo Comunicación MNCI