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9 de Abril de 2012 |

Ser camponês é risco

Brasil: outro assassinato no estado de Pernambuco; para o MST a impunidade “incentiva o latifúndio”

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No dia 30 de março publicou-se uma triste notícia, com base na informação do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil: o trabalhador rural Antônio Tiningo fora assassinado no município de Jataúba, no estado brasileiro de Pernambuco.

Três dias depois, 2 de abril, o site do MST publicava outra notícia idêntica a anterior: o trabalhador sem terra Pedro Bruno havia sido encontrado sem vida perto de um engenho açucareiro chamado Pereira Grande, no município de Gameleira, também em Pernambuco.

No MST não há dúvidas sobre os motivos do crime: o militante pela terra havia participado poucas horas antes de sua morte de uma ocupação de terras improdutivas, junto a dezenas de famílias pertencentes ao movimento.

Conforme a organização brasileira, o engenho Pereira Grande pertence à Usina Estreliana, e está situado em uma das zonas mais emblemáticas em matéria de conflitos pela terra de Pernambuco.

Os casos de Antônio e Pedro possuem outro pontos em comum: em ambos casos pode se falar da omissão do Estado, da desídia policial, da suposta cumplicidade dos assassinos com os latifundistas e do silêncio da Justiça, que em geral arquiva estes casos sem responsabilizar os culpados.

No último caso, a espera das famílias sem terra do município de Gameleira começou em 2005, quando o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) declarou que as terras em questão eram de interesse social. Depois a disputa continuou nos tribunais, sem muitos avanços, até que tomou-se a decisão de ocupar o engenho no dia 1º de abril.

Conforme o MST, os antecedentes dos proprietários da Usina Estreliana não são muito alentadores: por exemplo, um deles é Gustavo Costa, que em 2010, e após denúncia do Ministério Público Federal (MPF), foi condenado a prisão por evasão de contribuições previdenciárias.

E tampouco parecem muito simpáticos os perfis de suas amizades. O MST denunciou que no dia 8 de março cerca de 200 mulheres camponesas fizeram um protesto em frente ao engenho para denunciar as consequências econômicas e sociais da monocultura de cana na região.
“Nessa ocasião elas foram cercadas por pistoleiros do engenho que atiraram vários tiros contra as camponesas”, indica o MST.

Foto:www.mst.org.br

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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