5 de octubre de 2010 | Noticias | Escuela de la Sustentabilidad 2010
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O Haiti sofreu no dia 12 de janeiro deste ano um terremoto que tem sido considerado um dos desastres naturais mais destrutivos da história recente. Cerca de 300.000 pessoas morreram pelas consequências do sismo de sete graus na escala Richter e que teve seu epicentro a 15 quilômetros da capital do país, Porto Príncipe. A força do fenômeno chegou até países próximos como Cuba, Jamaica e República Dominicana, onde provocou temor e evacuações preventivas.
Antes do terremoto, o Haiti já era o país mais pobre da América Latina (renda média anual de 560 dólares por pessoa), com uma realidade social e econômica difícil, que as forças das Nações Unidas têm estado longe de combater com eficácia. Pelo contrário, a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH), como se chama oficialmente, é muito questionada de vários setores do país.
Neste contexto trabalha Haiti Survie – Amigos da Terra Haiti. O responsável de informação dessa organização ambientalista, Jean Louis Etienne, participou da quarta edição da Escola da Sustentabilidade da Amigos da Terra da América Latina e Caribe, no Brasil, de 10 a 22 de setembro. Rádio Mundo Real aproveitou para entrevistá-lo.
Por sua simpatia e seriedade na hora de contar o trabalho de Haití Survie no Haiti, Etienne venceu o carinho e respeito de todos seus companheiros da Escola, uma verdadeira instância de formação política. “Em Amigos da Terra estamos lutando juntos não por nós, mas pelo mundo”, disse Etienne.
“Espero que o companheiro do Haiti que vier depois de minha uma nova edição da Escola não conte o que tem acontecido e nosso país, mas o que a Escola tem feito por ele”, expressou.
Com uma realidade nacional muito difícil, Haiti Survie deposita seus esforços no trabalho social e educativo, além do que realiza na luta por um meio ambiente são. O próprio Etienne teve que fazer de cirurgião após o terremoto, para salvar perna de uma pessoa presa entre escombros.
“Neste momento estamos levando adiante um programa que inclui a distribuição de alimentos e o pagamento da educação para crianças em idade escolar”, que não podiam ser apoiados economicamente por seus pais, disse Etienne. Este programa de Haiti Survie também inclui a formação para enfrentar desastres, riscos, problemas sanitários, entre outras coisas.
“Buscamos que as pessoas entendam melhor o que aconteceu e como evitar a propagação de epidemias”, acrescentou o ambientalista. A organização também tem optado por financiar economicamente a algumas famílias enquanto buscam formas de gerar sua própria renda.
Haití Survie tem implementado também alguns sistemas técnicos para garantir o acesso à água das famílias no sudoeste do país, “para que as pessoas possam recolher água na época de chuva e tê-la disponível para o período mais seco”, contou Etienne. Trata-se de um projeto de adaptação à mudança climática. “É que esse fenômeno tem feito com que no sudoeste, o período de secas tornou-se muito longo e o de chuvas muito curto”, argumentou. “Então, criamos sistemas para ajudar as pessoas a ter acesso à água e produzir alimentos em qualquer estação do ano”, acrescentou.
Em matéria de educação, Haití Survie está realizando oficinas em várias partes do país para “ensinar as pessoas quais são os problemas ambientais”, numa população com escassos índices de escolarização.
Finalmente, Etienne também foi consultado sobre sua opinião em relação à intervenção da ONU no país. “Não é bom que Haiti esteja ocupada”, refletiu. “Haiti foi o primeiro país que atingiu a independência no Caribe (e América Latina), a primeira república negra independente no mundo, temos que ser um exemplo de liberdade”, concluiu Etienne.
Foto: Rádio Mundo Real
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