A denúncia foi feita pelo Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), uma das organizações sociais mais representativas do Brasil. As tentativas de salvar os peixes foram feitas "de forma tosca", e por funcionários que não estavam preparados para essa tarefa, é o que afirma MAB.

Além de denunciar a omissão das autoridades competentes, os opositores das mega-barragens responsabilizam pelo desastre aos privados que participam no empreendimento, precisamente o consórcio MESA, composto por Furnas Centrais Elétricas e a questionada construtora Odebrecht.

"Faltou supervisão e faltou responsabilidade", considera o MAB em documento publicado em seu site. O episódio vai acabar na justiça. "Os responsáveis do crime ambiental serão investigados pelo Ministério Público Federal", indicou o MAB.

Os grupos que se opõem ao projeto hidrelétrico binacional afirmam que tem sido apresentado como uma "salvação econômica e social" para o povo do estado de Rondônia, e como a melhor solução energética para o país, mas "a verdade é outra".

É que os abusos em matéria ambiental não são nenhuma novidade. Em dezembro passado, nesta ocasião por causa das obras da usina Jirau, as autoridades ambientais multaram os responsáveis do projeto pela mortalidade de umas onze toneladas de peixes.

E há outras pérolas neste colar. Alguns dias atrás, o desmatamento de uma área de 18 hectares nas márgens do Madeira provocou uma nova multa, que desta vez caiu sobre o consórcio Energia Sustentável do Brasil (Enersus). Ali tinha previsto montar um canteiro de obras, mas não contava com as licenças correspondentes.