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28 de Dezembro de 2012 | Notícias | Vítimas da mudança climática | Água | Conferencia internacional El Salvador | Justiça climática e energia
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O mexicano Marco Von Borstel analisa porque as mega-barragens hidrelétricas, longe de significar um“mecanismo de energia limpa” são pilares fundamentais da crise climática e o aumento da temperatura global através da emissão de gases de efeito estufa, quase em escala da indústria aeronáutica.
“Na medida em que colocamos uma barrera nos rios, rompemos o ciclo da água, inundamos terras que tinham ou floresta ou mata–que já não absorvem água- e geramos um espelho d’água cuja terceira parte se evapora. Existem estudos que indicam que as barragens do Amazonas geram mais gases de efeito estufa que termelétricas com base em hidrocarbonetos. Mas a pior mudança existe em nível local, nos territórios devastados”, refletiu o integrante de Otros Mundos-Amigos da Terra Chiapas.
Existem muito poucos rios importantes na América Latina que ainda não têm barragens… mas esses poucos já têm projetos de barragens hidrelétricas em escada, afirma Von Borstel, que foi organizador em 2010 do III Encontro Internacional de Atingidos por Barragens na população mexicana de Temacapulín, a duas horas de Guadalajara no estado de Jalisco.
Sua análise fez parte da Conferência internacional "Mudanças climáticas, territórios e Movimentos Sociais" que realizada na Universidade Nacional de El Salvador, mais precisamente no auditório “Roque Dalton” em novembro deste ano.
O ativista indicou que não existem exemplos de comunidades que tenham melhorado seus níveis de vida, aceitando a construção de uma hidrelétrica em seu território, e pelo contrário falou como exemplo da primeira central construída no fim do século XIX no México, cujas comunidades circundantes hoje têm os mais elevados níveis de incidência em doenças renais e câncer.
Dentro dos aspectos pouco difundidos sobre as barragens hidrelétricas tem a ver com seu caráter “limpo”: as barragens contribuem com a mudança climática com grandes quantidades de gás metano, entre outros motivos pela decomposição de grandes quantidades de matéria orgânica no leito do espelho d’água.
Perda de biodiversidade, desmatamento, mudanças climáticas debaixo da cortina de concreto, secas e inundações, mudanças na composição química da água, entre outros aspectos estão associados às barragens.
“Grande parte do problema dos mangues tem sido que as barragens não permitem que muitos sedimentos baixem até os mangues e alimentem esses ecossistemas”, disse Marco Von Borstel.
Foto: Víctor Barro (AT Espanha)
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