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7 de Maio de 2012 | |

Reforma agrária ao contrário

Aumentam conflitos agrários no Brasil: os conflitos por terra são os que mais crescem

Um novo relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) alerta que em 2011 houve um aumento de cerca de 15 porcento no número total de conflitos agrários no país, em comparação com 2010. Os conflitos por terra são os que apresentaram o crescimento mais importante.

A CPT, que desde a década 1970-1980 apoia as lutas dos trabalhadores e desapossados do campo no Brasil, apresentou nesta segunda-feira em Brasília, a vigésima sétima edição de sua publicação sobre conflitos no campo desse país. O relatório anual, segundo o site da CPT, inclui dados e informação sobre os conflitos agrários em todo o Brasil, os episódios de violência sofridos pelos trabalhadores rurais e suas comunidades, e pelos povos indígenas.

Uma nota publicada nesta segunda-feira pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil (MST) destaca que o “crescimento dos conflitos no campo retrata o retrocesso sobre a questão agrária”.

É que segundo as cifras da CPT, o total de conflitos no campo passou de 1.186 em 2010 a 1.363 em 2011. As pessoas envolvidas passaram de 559.401 a 600.925. Do total de conflitos, 1.035 foram por terra, 260 trabalhistas e 68 pela água.

O relatório da CPT destaca que os conflitos por terra são os que aumentaram de forma mais significativa. Passaram de ser 835 em 2010 a ser 1.035 em 2011. O número de famílias envolvidas cresceu 30,3 porcento. O aumento desses conflitos ocorreu em 17 das 27 dos estados brasileiros. Foi mais expressivo na região nordeste e o estado de Piauí foi o mais conflitivo.

Sempre dentro dos conflitos por terra, destaca-se o aumento do número de famílias expulsas da terra: de 1.216 em 2010 a 2.137 em 2011. Também houve um aumento significativo por exemplo do número de famílias ameaçadas por pessoas armadas. E é grave a participação do poder privado em conflitos por terra: os fazendeiros, empresários, madeireiros, entre outros, foram os responsáveis em 689 dos 1035 totais.

O MST se expressa especialmente sobre a participação da Justiça nos casos de conflitos agrários. O movimento dos sem terra brasileiros cita o professor Carlos Walter Porto Gonçalves, que analisa que a atuação do poder público é mais efetiva quando as ações que geram conflitos têm como líderes a representantes de movimentos sociais. Quando os geradores dos conflitos são os donos da terra e os empresários a história é outra.

Foto: prensalibrecauca.wordpress.com

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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