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26 de Outubro de 2009 | Entrevistas | Justiça climática e energia
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De 1945 a 1946, na cidade alemã de Nüremberg, a opinião pública mundial observou atenta os julgamentos que um Tribunal Militar Internacional, promovido pelos países aliados vencedores da Segunda Guerra Mundial, realizaram contra as caras mais visíveis do regime nazista de Adolfo Hitler, acusados de cometer inúmeras atrocidades.
Quase setenta anos depois, organizações sociais de todo o planeta coincidem em que as corporações acusadas de crimes ambientais e o desaparicimento de populações enteiras, devem ser julgados em orgãos com caráter vinculante, que estabeleçam responsabilidades com alcances punitivos.
Foi o que disse à Rádio Mundo Real Ricardo Navarro, da organização Cesta - Amigos da Terra El Salvador, um dos juízes da Primeira Audiência do Tribunal Internacional de Justiça Climática, realizado há uma semana atrás na cidade boliviana de Cochabamba, uma instância que estabeleceu condenas morais às empresas.
Foram apresentadas sete denúncias sobre casos de impacto da mudança climática e violação de direitos em “comunidades, populações e a Mãe Terra”, embora a idéia dos grupos convocantes é que em instâncias posteriores estas situaçõs sejam tratadas por tribunais compostos por organismos internacionais, como as Nações Unidas.
Navarro falou de alguns dos casos apresentados em Cochabamba que mais lhe impactaram, dentre eles o de uma comunidade boliviana que para subsistir depende de um sistema de glaciares de montanha que estão se derretendo pelo aumento dos gases de efeito estufa. “A eles estão lhe pedindo que se adaptam. Como a pessoa pode se adaptar sem ter água?”, perguntou o especialista salvadorenho.
Para ele, estes excessos dos limites da natureza, a destruição das populações e territórios, a imposição do lucro como paradigma e as falsas soluções à mudança climática estão levando a humanidade a uma espécie de “suicidio coletivo”. “A natureza tem regras e devem ser respeitadas, esse deveria ser um imperativo global”, afirmou o salvadorenho.
Foto: Radio Mundo Real
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