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9 de Julho de 2012 | Notícias | Direitos humanos | Indústrias extrativas
Já são cinco os civis assassinados na província peruana de Celendín, departamento de Cajamarca, nos últimos dias por se manifestar contra o projeto minerador Conga. Três deles foram assassinados no dia 3 de julho quando a polícia reprimiu uma movilización contra el emprendimiento, y otros dos que habían sido heridos murieron en los días siguientes.
Hubo decenas de heridos, entre ellos policías, y varios detenidos. Celendín es una de las zonas más afectadas por Conga. El 4 de julio otro civil fue asesinado en enfrentamientos entre manifestantes y la policía en la ciudad de Bambamarca, capital da província de Hualgayoc, também do departamento de Cajamarca.
O governo peruano que conduz Ollanta Humala decretou nesse dia estado de emergência nas províncias de Hualgayoc, Cajamarca e Celendín. Existem algumas garantias constitucionais que foram suspendidas: por exemplo, a liberdade de reunião e trânsito, e a inviolabilidade de domicílio (policiais podem invadir as casas).
No dia 4 de julio, o ex-sacerdote Marco Arana, um dos líderes da resistência a Conga, foi violentamente atacado e detido pela polícia em Cajamarca. Estava sentado em uma praça com um cartaz de repúdio à mineração (veja abaixo vìdeo da detenção). Arana foi preso em um delegacia local e liberado no dia seguinte.
No dia 28 de maio, o governo de Humala também tinha decretado estado de emergência na província de Espinar, departamento de Cusco, depois de que outra repressão da polícia a uma manifestação de camponeses contra o projeto minerador Tintaya (em operações) deixasse dois civis mortos e dezenas de feridos. Também houve dezenas de detidos, especialmente líderes das comunidades atingidas.
Organizações sociais de diversas partes do mundo denunciam que são quatro os civis assassinados por se manifestarem contra esse empreendimento de extração de cobre da empresa suíça Xstrata. Os manifestantes pedem que sejam analizados seus passivos ambientais.
Inúmeras organizações da sociedade civil de vários países têm enviado cartas às embaixadas do Peru para manifestar sua preocupação pela escalada de violência contra as populações que sofrem graves conflitos sócioambientais.
Os ataques durante as repressões policiais são extremos. O caso da detenção de Arana foi muito comentado em nível internacional porque o ativista estava sentado no banco de uma praça, com um pequeno cartaz de repúdio à mineração, quando começou a ser agredido por policiais. A liderança limitou a pedir que não o agredissem.
Arana é integrante da organização ambientalista Grupo de Formação e Intervenção para o Desenvolvimento Sustentável (GRUFIDES), um dos referentes comunitários na resistência à mineração e dirigente da formação política “Terra e Dignidade”.
O projeto aurífero e cuprífero Conga, da empresa Yanacocha, recebeu a aprovação oficial depois de que a companhia aceitara novas condições impostas pelo presidente Humala. Dentre elas destacam-se as de preservar duas das quatro lagoas que iam a ser secadas, a criação de reservórios de água, de 10.000 postos de trabalho direto na região e de um fundo social, conforme a agência EFE.
Os opositores de Conga convocaram uma greve geral regional em Cajamarca que já atinge os 40 dias. Exigem que o governo nacional declare inviável o projeto porque garantem que vai danificar de forma irreversível as reservas de água da região.
Foto: http://puntodevistaypropuesta.blogspot.com
Vídeo da detenção de Marco Arana:
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