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2 de Novembro de 2010 | Notícias | Justiça climática e energia
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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) acaba de lançar um fundo de carbono de 50 milhões de dólares para investir em projetos de energia limpa na América Latina, que gerariam certificados de redução de emissões nos marcos do Mecansimo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kioto.
O chamado Fundo de Desenvolvimento de MicroCarbonetos estará a cargo do braço para o setor privado do BID, o Fundo Multilateral de Investimetos. Conforme o jornal digital Empresa Exterior, a gerente geral deste setor do banco, Julie Katzman, teria dito que “o novo fundo é um instrumento realmente inovador para ampliar os beneficios da eficiência energética e o financiamento de carbono para famílias de baixa renda, micro e pequenas empresas e comunidades florestais”. Katzman destacou a importância do acesso aos mercados de carbono
Quase ao mesmo tempo, Amigos da Terra Europa divulgou no dia 14 de outubro um novo relatório onde alerta sobre a ineficiência do sistema europeu de combate à mudança climática, caracterizado pelo comércio de carbono e as “compensações” de emissões contaminantes, permitidas por exemplo pelos MDL
Por sua vez, diversas organizações e movimentos sociais de várias partes do mundo indicam que nos fatos, o MDL que o BID decide voltar a financiar tem sido fundamental para a instauração do mercado de carbono. Mediante esse mecanismo, os países industrializados podem “comprar” parte da quantia total de seus compromissos de redução de emissões a projetos de mitigação da mudança climática em países em desenvolvimento, que geram certificados de redução de emissões. Ou seja, com a compra desses bônus de carbono, os países do Norte evitam fazer suas reduções de emissões obrigatórias sob o Protocolo de Kioto
Conforme Empresa Exterior, o novo plano do BID prevê investir de seis a dez projetos de eficiência energética, que custariam de 2 a 8 milhões de dólares. O fundo também poderia investir até 20% de seu capital em preservação de florestas e projetos de reflorestamento, bem como em outros projetos de carbono baseados no uso da terra. Os primeiros projetos seriam implementados na Colômbia e no México, e logo no Brasil, Equador, outros países da região e da América Central.
A duração do Fundo é de 10 anos. No fim do programa, espera-se que sejam emitidos —no âmbito das pequenas empresas, os lares e as comunidades— pelo menos 3,5 milhões de créditos de carbono.
Enquanto isso, o novo relatório da Amigos da Terra Europa critica o chamado Sistema do Comércio de Emissões da União Europeia porque obstrui as “soluções reais” para combater da mudança climática, conforme um comunicado difundido pelos ambientalistas. A publicação alerta que a região não atinge as reduções de emissões contaminantes requeridas pela ciência. Amigos da Terra Europa exorta os governos da UE a resistir às pressões da indústria e se comprometer com objetivos de redução de emissões mais ambiciosos.
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