22 de abril de 2009 | Noticias | Derechos humanos
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O banqueiro Daniel Dantas é um dos personagens mais representativos da história recente do capitalismo brasileiro. Sua prisão em julho do ano passado deixou em evidência uma escura trama de negócios financeiros, fraudes societários, lavagem de ativos, defraudação fiscal e espionagem telefônico.
Para dar somente um exemplo: apenas alguns meses antes de ser detido nos marcos do operativo Satiagraha, a cara mais visível do grupo Opportunity havia colocado seus ações nas empresas Telecom (de origem italiano) e Telemar por uma cifra aproximada um bilhões de dólares.
Esta foi a maior operação financeira do setor das telecomunicações na história do Brasil. Tudo isto tem a ver com acontecimentos mais recentes.
No sábado passado nove militantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram feridos numa manifestação diante de uma fazenda de sua propriedade, Espírito Santo, situada em El Dorado dos Carajás, no estado do Pará.
Nessa mesma localidade paraense, mas em 1996, foi cometido o massacre de 19 sem terra, cuja data, 17 de abril, tornou-se o Dia Internacional da Luta Camponesa.
O MST do Pará estava o sábado participando numa das tantas mobilizações para lembrar a trágica data e quando voltavam a seu acampamento foram interceptados por pistoleiros que trabalham no área de Dantas.
O saldo desta emboscada foi de nove militantes feridos (um deles está grave) e outros três que estiveram detidos como reféns durante algumas horas. Por causa destes episódios, a prensa local difundiu algumas informações que depois foram desmentidas pelo MST em seu site.
Ali esclarecem que nunca houve intenções de ocupar a fazenda Santa Bárbara e que nenhum jornalista foi levado como refém pelo MST, assim como haviam informado a mídia.
“Os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento”, indicam em comunicado público.
Enquanto algumas corporações da mídia fazem esforço para gerar confusão em torno à luta pela terra no Brasil, outros dados mais recentes permitem tirar conclusões sobre quem são as vítimas e quem os vitimários.
Conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT), durante os treze anos posteriores ao massacre de El Dorado dos Carajás foram registrados 227 assassinatos de sem terra por conflitos no meio rural.
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