5 de diciembre de 2012 | Noticias | Foro Social Mundial Palestina Libre | Derechos humanos
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No segundo dia do FSM Palestina Livre foi realizada a mesa “Por um Mundo Sem Muros”, que teve por objetivo assinalar importantes experiências vividas, não só pelo povo palestino, mas por todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, têm seu cotidiano e suas vidas interrompidas ou cerceadas por muros que vão muito além daqueles erguidos com concreto e tijolos. A mesa foi mediada por Rosane Bertotti, secretária de Comunicação da CUT e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), contou com a participação de Paulo Farah, professor de Literatura Árabe na Universidade de São Paulo (USP); Vagner Freitas, presidente da CUT; Jamal Juma, da organização Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel (BDS); do deputado Fayez Saqqa, membro do Conselho Legislativo Palestino; e do dirigente sul-africano da Coalizão pela Palestina Livre, Stiaan van der Merwe.
Rosane Bertotti criticou a atuação da grande imprensa ao persistir em invisibilizar às ações dos movimentos sociais e suas reivindicações. Ela citou como símbolo dessa crítica o fato de os grandes meios de comunicação do Rio Grande do Sul e do país em geral não terem repercutido a significativa mobilização ocorrida em torno do Fórum Social Mundial da Palestina Livre.
“Infelizmente, eu não vi nada na imprensa, no que se chama de velha mídia, sobre a bela marcha que com certeza vocês participaram ontem. Então, um dos muros que nós precisamos quebrar, para que inclusive possamos mudar as nossas mentes e os nossos corações também é o muro da imprensa, o muro do bloqueio contra a nossa voz, contra a nossa liberdade de expressão, contra a luta, contra a nossa organização”, afirmou.
Reiteradamente, os painelistas reforçaram o caráter opressor e destrutivo dos muros construídos pelo preconceito, pelo racismo e pelo patriarcado. Para eles, as muralhas que estão entre nós – cada vez mais altas e sólidas – mantêm-nos separados uns dos outros, enfraquecendo-nos mutuamente. Os relatos do isolamento violento provocado pelas várias formas de bloqueios mostram a agressão que atinge, principalmente, às mulheres, os negros, os movimentos sociais e todas as expressões minoritárias de nossa sociedade, expressões essas que, além de agredidas continuamente, sofrem com um constante processo de deslegitimação, operado pelos setores mais conservadores da nossa sociedade, em conluio com os poderes constituídos.
Aprofundando a questão trazida por Rosane, o presidente da CUT, denunciou como os setores reacionários da sociedade latino-americana, entre eles os do Brasil, articulam-se, predominantemente, em torno da imprensa e do judiciário para assegurarem seus privilégios, frontalmente questionados pelo crescente fortalecimento dos governos de esquerda no continente.
Encerrando a mesa, foi lido pelo professor da USP um brilhante poema de Mahmoud Darwish, poeta e escritor palestino, também autor da Declaração de Independência da Palestina. Através de uma narrativa cáustica e, ao mesmo tempo, sensível, o poema explicita os sentimentos e angustias vivenciadas, cotidianamente, por centenas de palestinos que, de forma paradoxal, apesar de serem constantemente aviltados e humilhados por uma imposição opressora e restritiva, se mantêm altivos diante da situação desumanizada.
Ouça as falas no áudio anexo
Matéria realizada por André Guerra, da Comunicação da Amigos da Terra Brasil
Foto: Cintia Barenho-Marcha Mundial das Mulheres
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