“A rodada Doha –chamado rodada de desenvolvimento- é um ciclo de desenvolvimento de crises. Pascal Lamy, diretor geral da OMC, não pára de apresentar as políticas de sua organização como uma solução milagre para as economias do mundo. Depois de 15 anos de oposição às políticas da OMC, camponeses e camponesas em todo o mundo têm rebatizado esta instituição, a OMC, como a ‘Organização Mundial das Crises’”, indica o comunicado.

Para a Vía Campesina, a OMC é responsável da política ultraliberal da Comissão Européia, que ameaça com quebrar à população agrícola. O comunicado indica que a greve do leite na Europa está relacionada ao abandono das quotas leiteras impostas pelo organismo, bem como indica que muitos camponeses na Suíça têm começado uma revolta desde o passado mês de setembro “com o objetivo de denunciar a fragilidade nos preços da produção e a influência dos intermediários”.

O comunicado também denuncia a influência nefasta dos ditados da OMC em países como Coréia e Índia. Sobre este país, a Vía Campesina afirma: “São dezenas de milhares de camponeses que desde o começo de setembro têm inundado as ruas de Délhi para enfrentar o governo às suas próprias contradições. Enquanto por um lado, o ministro de comércio promete proteger a agricultura na Índia, aprova por outro lado uma base de negociações na OMC que põe em risco os meios de subsistência de mais de 2/3 da população nesse país”.

Estes motivos são o fundamento para que os referentes das lutas camponesas compareçam em Genebra no fim deste mês, para denunciar os efeitos das políticas da OMC e propor suas alternativas com base no direito à soberania alimentar dos povos.

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