Naquele momento falou-se de vitória ambiental e da incidência que podiam chegar a ter os produtores nas políticas corporativas, mas fatos mais recentes talvez demonstrem que apenas tratava-se de um retirada tática.

Na terça-feira passada na sede da Monsanto da cidade estadunidense de Kansas foi anunciada a compra por 45 milhões de dólares de uma empresa especializada em pesquisas genéticas com trigo, chamada WestBred LLC.
Os executivos que participaram da conferência afirmaram que apesar de se tratar de uma empresa de pequena escala, WestBred LLC tem obtido progressos nas pesquisas com este cereal que finalmente acabarão sendo “muito lucrativos” para a Monsanto.

Carl Casale, vice-presidente executivo da Monsanto, explicou que os planos estarão centralizados em desenvolver variedades de trigo mais resistentes à seca e às pragas, e que a aquisição provocará uma “mudança radical no rendimento” das sementes de trigo. Os novos produtos à disposição dos agricultores “a meados ou fim da próxima década”, anunciaram.

Enquanto a Monsanto avança com seus perigosos negócios, os sinais de repúdio a suas políticas estão por todo o mundo. Dias atrás, a autora francesa do livro “O mundo segundo Monsanto: da dioxina aos OGM”, Marie-Monique Robin, disse em entrevista com o jornal mexicano La Jornada que a empresa estadunidense gasta fortunas para “desinformar de forma sistemática”, e que atualmente estamos em “guerra de informação” contra Monsanto.

No Brasil, estão denunciando os grandes fabricantes de agrotóxicos por “boicotear” as revisões dos produtos que fabricam e venden. As empresas Bayer, Syngenta, Monsanto e Dupont estão obstruindo o trabalho da justiça com medo a que possa proibir a comercialização de algumas variedades de sementes, conforme um comunicado do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Investigação e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf)