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9 de Fevereiro de 2011 | | |

O lado escuro

Cerca de 25 mil trabalhadores brasileiros estão em regime de escravidão

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A organização não governamental Repórter Brasil denunciou há algumas semanas uma situação que demonstra a que ponto podem chegar os abusos dos grandes produtores rurais quando as sanções das autoridades não são suficientes.

O produtor pecuarista Miguel de Souza Rezende é o dono de Fazenda Zonga, um estabelecimento rural no estado do Maranhão, uma das regiões do Brasil com maiores índices de trabalho escravo. Em 1996 houve uma primeira liberação de assalariados em condiciones de escravidão na Fazenda Zonga, e logo houve outros cinco episódios com características similares.

Em síntese, conforme Repórter Brasil, se as autoridades tivessem tomado medidas mais severas naquela primeira inspeção, poderia ter evitado que mais 159 trabalhadores rurais passassem pelo flagelo da escravidão na fazenda de Rezende.

Este é apenas um exemplo. No dia 28 de janeiro, nos marcos do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil, foram realizadas atividades de sensibilização em todo o país, dentre elas a apresentação de um Atlas Político-Jurídico do Trabalho Escravo Contemporâneo em Maranhão.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) estimou que atualmente há no Brasil pelo menos 25 mil trabalhadoras rurais que estão sendo escravizados, conforme a agência Adital. A cifra em nível mundial é tenebrosa: existem cerca de 12 milhões de pessoas em todo o planeta que vivem como "esclavos contemporâneos”.

O Atlas Político-Jurídico apresentado há alguns dias contém denúncias concretas, a partir de dados oficiais e de denúncias de organizações vinculadas à problemática, que servem para entender melhor este fenômeno, e permite conhecer quem são os fazendeiros envolvidos, os intermediários que participam deste negócio e os políticos que muitas vezes aparecem relacionados a estes casos.

Também informa sobre alguns curiosos mecanismos que funcionam na justiça brasileira. Como exemplo, é apresentado o caso do contratista Raimundo Nonato Pereira, que se encarregava de conseguir mão-de-obra barata para a fazenda Sagrisa, dentre eles, muitos menores de idade, e que ficou livre de qualquer acusação nos tribunais do Maranhão depois de um longo processo de interrogatórios.

Isso apesar de que Raimundo havia confessado, entre outras coisas, que as ferramentas que comprava para os trabalhadores eram descontadas de seus salários e que a água que tomavam era a mesma que se utilizava para o gado.

Foto: www.adital.com.br

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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