26 de diciembre de 2012 | Noticias | Víctimas del cambio climático | Agua | Acaparamiento de tierras | Anti-neoliberalismo | Derechos humanos | Luchadores sociales en riesgo | Soberanía Alimentaria
Na sexta-feira passada ocorreu o solstício de verão que possui interpretações de culturas originárias da América em relação ao início de uma nova era na vida da Humanidade. Nesse día, o presidente boliviano Evo Morales convocou uma celebração na Isla del Sol, no lago Titikaka com vários referentes de governos progressistas da América latina e de movimentos sociais compartilhando com eles o “Manifesto da Isla del Sol”.
Em sua fala, Evo afirmou: “estamos aqui para dar esperança neste novo amanhecer para os povos do mundo” e lembrou que foi precisamente na Isla del Sol, um milênio atrás foi inaugurado o “tempo do sol” que fora interrompido pela invasão europeia ao continente de Abya Yala: “Alentados pela cobiça vieram até nosso continente Abya Yala para submeter as nações indígenas. Foi o tempo da escuridão, da dor e da tristeza, um tempo que (…) foi do não-tempo”.
Ao falar da situação política atual, o presidente boliviano caracterizou-a da seguinte forma: “O mundo está sendo abalado por uma crise global múltipla que se manifesta em uma crise climática, financeira, alimentar, institucional, cultural, ética e espiritual. Esta crise nos indica que estamos vivendo os últimos dias do capitalismo e de um desenfreado consumismo; ou seja, de um modelo de sociedade onde o ser humano pretende ser superior à Mãe Terra, transformando a natureza em um objeto de seu desapiedado domínio predador”.
Diante disso, as tendências dominantes nos países centrais são de “mais capitalismo” e suas conseguintes privatizações e aumento da taxa de lucro para os investidores, e como complemento, eliminação de direitos sociais e democracia real para as grandes maiorias, afirmou Evo no “Manifesto”.
O reino da cor “verde”
Ao aprofundar na mercantilização que o capitalismo faz da natureza em escala planetária, o Manifesto indica: “Vivemos o reino da cor verde. Verde como os dólares são as políticas monetárias, verde como os dólares são as políticas de desenvolvimento, verde como os dólares são as políticas de moradia, verde como os dólares são as políticas de desenvolvimento humano e as políticas ambientais. Por isso, diante da nova onda de crise do sistema capitalista, seus ideólogos lançaram-se a promover a privatização da natureza, através da chamada economia verde ou o capitalismo verde”.
“No sistema capitalista, os bancos têm direitos econômicos privilegiados e gozam de uma cidadania de primeira, pelo que podemos dizer que os bancos valem mais do que a vida”, acrescentou.
As verdadeiras soluções expressadas no Manifesto dividem-se em aspectos políticos, sociais, meio-ambientais, culturais, espirituais, de integração entre povos, soberania alimentar, de conhecimento e tecnologia, as finanças e a institucionalidade internacional.
O Manifesto define as coordenadas de uma mudança inclusiva e participativa: “Nossa visão do Socialismo Comunitário do Bem Viver está baseada nos direitos e não no mercado, está baseada na realização plena da felicidade das pessoas, dos povos e populações, através do cumprimento integral dos direitos dos povos, as pessoas, os Estados e a Mãe Terra, de forma complementar, includente e interdependente”.
E acrescenta: “a nova época é a do poder do trabalho, o poder das comunidades, o poder da solidariedade dos povos e da comunhão de todos os seres vivos para que juntos possamos constituir a Mãe Terra e o Socialismo Comunitário do Bem Viver”.
O texto íntegro do Manifesto (em espanhol) está no arquivo anexo.
Rádio Mundo Real iniciará uma série de entrevistas a participantes do encontro nos próximos dias para conhecer outras informações da reunião convocada pelo governo boliviano.
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