No sábado, foi iniaciada uma nova fase da chamada Operação “Appalachian Spring” (Primavera dos Apalaches), onde foram realizadas várias ações para chamar a atenção sobre esta destrutiva forma de mineração, que destróe as montanhas e põe em risco as pessoas que vivem perto das atividades de mineração.

Uma das ações que os manifestantes levaram a cabo foi colocar um enorme cartaz com o lema “Não mais lama tóxica”, num gigantesco lago de resíduos tóxicos de carvão. Conforme o veículo estadunidense Democracy Now, os dois ativistas que realizaram esta ação foram presos, sob a irônica acusação de ter jogado lixo no lugar.

Mais 15 ativistas foram detidos durante os protestos pacíficos, e nove ainda continuam presos, sem possibilidades de pagar a cara fiança que exigem as autoridades. Por isso, se está recolhendo dinheiro para pagar estas fianças através do site: www.mountainjustice.org.

Durante os protestos, os ativistas registraram em vídeo parte do que aconteceu. Nele é possível ver os manifestantes explicando por que decidiram participar das ações.

“É inaceitável matar nossos amigos”, explica e afirma ainda: “Da ocupação dos cumes dos Apalaches à ocupação do Iraque, é hora de deixar os combustíveis fósseis no solo, de uma vez por todas. A crise ambiental não é só uma crise do ambiente, é uma crise da justiça social, uma crise da justiça econômica. É uma crise étnica. O que quero dizer é que isto tem que acabar”.

Também é possível ver o ex-congressista democrata Ken Hechler, que com 94 anos, decidiu participar das mobilizações.

“Como disse, as primeiras três palavras da Constituição são ‘Nós, o povo’, não ‘Nós, as corporações’, grita o veterano ex-congressista com um megafone, diante dos aplausos dos manifestantes. Hechler é reconhecido por ter sido um firme opositor da mineração nas montanhas desde a década de sessenta.

Depois, o ex-parlamentar diz por que é preciso rejeitar a mineração.

“Os governadores de West Virginia sempre me consideraram um extremista ambiental. Devemos ser extremistas para conseguir coisas. Deve se estar disposto a colher inimigos se queremos atingir alguma coisa. É absolutamente necessário que as pessoas que estão hoje aqui continuem se manifestando contra esta prática tão destrutiva", diz Hechler no vídeo.