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19 de Outubro de 2010 | |

Não brincar com a comida

Demandas de apoio para pequenos produtores no Dia Mundial de Soberania Alimentar

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A organização REDES – Amigos da Terra Uruguai reivindicou na segunda-feira as demandas dos pequenos produtores do país de deter o avanço dos agronegócios e acelerar as medidas que facilitem seu trabalho e vida no meio rural. Os ambientalistas manifestaram ainda sua preocupação pelas inúmeras aprovações de novos cultivos transgênicos.

REDES celebrou no dia 16 de outubro o Dia Mundial da Soberania Alimentar e nesse marco emitiu na segunda-feira um comunicado de imprensa em que destacou a importância da agricultura familiar, a agroecologia, a produção orgânica e o uso de sementes locais, para a produção de alimentos.

A soberania alimentar é uma demanda política lançada em 1996 pela Via Campesina, rede internacional de organizações do campo. Esse bandeira de luta defende o direito dos povos a definirem o quê produzir, de que forma e como comercializar essa produção. Enfatiza as políticas sustentáveis e justas de produção, distribuição e consumo de alimentos, que privilegiem a agricultura familiar e ecológica. A soberania alimentar promove um modelo de práticas e decisões locais, em contraposição ao lema alimentar transnacional.

No Uruguai, cerca de um milhão de hectares estão dedicadas atualmente ao florestamento e a indústria da celulose estrangeira. É de se esperar que no ano que vem as monoculturas de soja transgênica ocupem a mesma quantidade de terras. Não é uma percentagem pequena num país que possui 16 milhões de hectares cultiváveis.

O modelo produtivo atual uruguio está marcado por uma crescente concentração e estrangeirização da terra. deslocamento dos agricultores familiares, o deterioramento da biodiversidade pelas monoculturas e a intensificação do uso de agrotóxicos, e a perda de soberania alimentar são algumas das consequências mais graves.

Uma das principais características deste esquema é a expansão dos transgênicos, particularmente a soja. No Uruguai está autorizado desde 1996 o cultivo comercial da soja transgênica RR (da estadunidense Monsanto), e desde 2003 e 2004 está permitido o cultivo dos milhos transgênicos MON 810 (também da Monsanto) e Bt 11 (da suíça Syngenta) respectivamente. Durante 2009 foram aprovados sete novos eventos transgênicos de milho e de soja, para ensaios de cultivos s produção de sementes para exportação.

“Hoje é alarmante a velocidade com que foram aprovados os novos transgênicos, mesmo quando os técnicos que participaram na avaliação de riscos, reconheceram que tiveram um prazo muito breve, de uma semana em alguns casos, para se pronunciar”, denuncia REDES em seu comunicado.

Os ambientalistas afirmam que o atual modelo produtivo uruguaio, que consideram “transnacional, concentrador, biotecnológico e destinado às exportações”, há cada vez mais difícil a vida dos pequenos produtores do meio rural, “que tradicionalmente têm produzido nossos alimentos”.

“REDES reivindica suas demandas por incentivos para a produção ecológica e familiar, acesso a terras e bens de produção, e melhores serviços no meio rural, em benefício da maioria da população e de nossa soberania”, concluiu o texto de imprensa.

Foto: http://www.flickr.com/photos/jalex_photo/

(CC) 2010 Radio Monde Réel

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