6 de abril de 2010 | Noticias | Anti-neoliberalismo | Bosques y biodiversidad
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Vários movimentos e organizações sociais latino-americanas denunciam as estratégias de ocupação de territórios de empresas florestais e celulósicas européias na região, ao tempo que pedem uma moratória que proíba a expansão dessas atividades. Os grupos alertam especialmente sobre as ações da empresa sueco-finlandesa Stora Enso em vários países.
Cerca de 30 manifestantes reuniram-se em frente ao edifício onde foi realizada a assembléia geral anual da Stora Enso em Helsinski (capital da Finlândia), no dia 31 de março, e acusaram a companhia de violar os direitos humanos em vários estados e de realizar práticas de “lavagem verde”.
Advertiram os acionistas da companhia que as monoculturas florestais são uma ameaça para a vida dos pequenos produtores e a soberania alimentar em países como Brasil e Uruguai. Dois dos ativistas subiram numa torre ao lado do centro de conferências e levantaram uma bandeira denunciando as mentiras da Stora Enso.
As organizações representantes da Amigos da Terra da América Latina e o Caribe, especialmente REDES e NAT, (Uruguai e Brasil respectivamente) e o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil, aproveitaram a instância para divulgar uma declaração com suas denúncias e demandas.
“Empresas transnacionais da celulose, como Stora Enso, têm se lançado num novo e ambicioso ciclo de ocupação territorial através das plantações florestais para a produção de celulose no Cone Sul, um processo alineado com a agressiva estratégica da União Européia de acesso ao comércio de bens naturais conhecida como Europa Global”, afirma a declaração.
O documento denuncia a operativa das corporações florestais e de celulose no Brasil e Uruguai particularmente, mas também na Argentina e Paraguai, suas estratégias de propaganda, sua influência nos representantes políticos, nas autoridades do ensino e na mídia. Também fala dos crimes de algumas dessas empresas, suas atividades ilegais e dos impactos ambientais, sociais e culturais das monoculturas florestais na América Latina.
Os grupos que firmam a carta alertam sobre a criminalização dos movimentos sociais que lutam em defesa da soberania sobre seus territórios, e sobre o processo de militarização e formação de milícias armadas que trabalham para as empresas e restringem a livre circulação dos camponeses.
Por sua vez, os movimentos e organizações sociais exigem uma moratória à expansão de novas áreas de plantíos e à instalação de fábricas de celulose na região, e que se detenha e reverta o processo de extração dos territórios ao serviço da estratégia Europa Global para o benefício de suas empresas.
Exigem ainda a redução de consumo de papel no Norte, que o Sul não reproduza os mesmos padrões de produção e consumo, que se reparem os ecossistemas atingidos e que julgue e castigue as empresas de florestamento e celulose por seus crimes ambientais e sua violação dos direitos humanos.
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