Trata-se do engenho María Luisa, que cortou o vínculo com 183 trabalhadores cortadores de cana organizados numa Cooperativa de Trabalho Associado (CTA) e deixou a relação com os assalariados em mãos de contratistas, o que é rejeitado pelo Movimento 14 de junho que reúne os milhares de corteros dessa região colombiana.

Precisamente em outubro de 2008 um enorme conflito paralisou os principais engenhos rejeitando o desconhecimento dos direitos dos trabalhadores e ao papel dos intermediários na contratação de mão-de-obra.

Se bem o caso é pontual, o resto dos integrantes do Movimento seguem com preocupação esta situação e realizam gestões diante do Parlamento colombiano e o Ministério de Trabalho desse país.

Rádio Mundo Real entrevistou José Oney Valencia, porta-vpz legal do Movimento 14 de junho. “Saimos de uma escravidão em que nos tinham os contratistas e por isso foi que aceitamos as cooperativas, porque nos davam um grau maior de autonomia”, disse o dirigente dos trabalhadores da cana.

A região do Valle del Cauca, uma das mais férteis da Colômbia, sofre a monocultura de cana, intensificando-se este processo desde o início da produção de etanol como agrocombustível, comercializado depois nos Estados Unidos.

Este agronegócio tem gerado o crescimento exponencial do cultivo, que requer grandes quantidades de água, bem como força de trabalho. No entanto, os fabulosos lucros gerados não têm repercutido no melhoramento da qualidade de vida das dezenas de assalariados que, provenientes de toda a Colômbia, hoje dependem desse emprego para subsistir.