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15 de Setembro de 2009 | Entrevistas | Fórum Regional contra os Agronegócios | Soberania alimentar
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A produção pecuária vem crescendo no Brasil as custas do desmatamento da Amazônia, despejando outros cultivos, sem gerar emprego e utilizando um pacote tecnológico trasnacionalizado que a transforma em uma monocultura a mais.
No Brasil existem 200 milhões de cabeças de gado bovino ocupando cerca de 200 milhões de hectares. O Brasil é o principal produtor de carne bovina do mundo, e se bem apenas a Índia supera o rebanho brasileiro, por motivos cultural-religiosos esses animais não possuem valor comercial.
Sergio Schleschinger da organização Food & Water Watch (Observatório dos Alimentos e da Água), analisou o fenômeno do crescimento da pecuária no Brasil indicando que as áreas onde vem avançando são da floresta amazônica.
Isto com base num severo pacote tecnológico que envolve a produção de soja para alimentos de animais criados em confinamento (feedlots) e o uso de hormônios -desenvolvidos pela multinacional Monsanto- para aumentar a produção de leite, por exemplo.
Conforme o analista, 64 % do desmatamento no Brasil é cometido com o objetivo de fazer pecuária. Ainda conforme Schleschinger uma percentagem cada vez maior das emissões de gases de efeito estufa produzidas pelo Brasil provêem da pecuária.
Na questão de empregos a pecuária extensiva brasileira também cumpre um papel pouco positivo. Com base em um cálculo de 2004, Schleschinger afirma que 100 hectares de cultivo de tomate geram cerca de 255 empregos, a mesma área de uva emprega 103 pessoas… enquanto que as monoculturas de exportação como a cana-de-açúcar emprega apenas dez pessoas a cada 100 hectares e a pecuária requer no mínimo 400 hectares para gerar 1 emprego.
A incidência das transnacionales na pecuária do Brasil tem as suas próprias características, disse Schleschinger: são transnacionais brasileiras que estão expandindo para Argentina e o Uruguay, ocupando posições quase monopólicas nesses países e que fazem uso dos fundos públicos do estado brasileiro através do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Foto: http://lanacion.com.ar
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