3 de febrero de 2011 | Noticias | Bosques y biodiversidad
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A Organizações das Nações Unidas (ONU) iniciou oficialmente na quarta-feira o Ano Internacional das Florestas, nos marcos do Fórum Mundial sobre Florestas que realiza em sua sede de Nova Iorque, Estados Unidos. Várias organizações sociais e indígenas internacionais destacaram publicamente a necessidade de que sejam atendidas de uma vez por todas as verdadeiras causas do desmatamento em nível mundial.
A Assembleia Geral da ONU havia declarado 2011 o Ano Internacional das Florestas, para chamar a atenção sobre a necessidade de gestionar, conservar e sustentar os recursos florestais do planeta. Estima-se que pelo menos 1,6 bilhões de pessoas dependem das florestas para viver.
No entanto, vários setores da sociedade civil internacional observam com preocupação que as medidas negociadas nos marcos da ONU para combater o desmatamento não apontam para as suas causas reais.
O esquema da ONU de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação das florestas nos países em desenvolvimento (REDD) “não protegerá as florestas nem vai deter o desmatamento”, diz um comunicado de imprensa assinado pelo Projeto de Justiça Ecológica Global, a Coalizão Mundial pelas Florestas, a Aliança Dogwood, a Coalizão Timberwatch, BioFuelWatch e a Rede Ambiental Indígena. Esses grupos e redes criaram um programa de trabalho conjunto, chamado “O Futuro das Florestas ”, para combater as verdadeiras causas do desmatamento.
O sistema REDD está sendo debatido nos marcos das negociações internacionais do clima da ONU. Rádio Mundo Real entrevistou Tom Goldtooth, representante da Rede Ambiental Indígena. O dirigente considerou que REDD é um mecanismo de mercado e “modifica” as florestas. “Em nossa opinião este programa não atende aos verdadeiros assuntos e preocupações da mudança climática”, disse.
A Rede Ambiental Indígena nasceu nos Estados Unidos em 1990 por iniciativa de comunidades indígenas de base e indivíduos preocupados com temas de justiça ambiental e econômica. A organização trabalha também com um enfoque de direitos humanos e em coordenação com povos indígenas de países do Sul global, como Bolívia, Panamá e África do Sul.
As comunidades que criaram a rede estavam preocupadas pelas mesmas razões que as mantém alertas hoje: a entrada a seus territórios de empresas mineradoras, madeireiras, de “gestão” de resíduos tóxicos, entre outras.
Goldtooth denunciou que as grandes corporações desses setores chegam a terras com comunidades com muitas dificuldades econômicas e prometem grandes quantias de dinheiro. O dirigente indígena lamentou que muitas vezes essas empresas geram divisões nas comunidades. “São práticas de chantagem econômica”, disse.
O representante da Rede Ambiental Indígena afirmou que muitos governos, corporações e o Banco Mundial continuam explorando as florestas e as soluções da ONU não são o suficientemente “profundas”. Devem ser vistas as causas reais do desmatamento, disse Goldtooth. “Nós não queremos o desmatamento em nosso quintal, nem no de ninguém mais”, disse.
Para o dirigente é fundamental garantir que a Declaração das Nações Unidas sobre Direitos dos Povos Indígenas “seja implementada país a país”, e que se atenda especialmente o direito à terra, além da participação nos temas que podem prejudicar suas vidas.
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