10 de diciembre de 2011 | Videos | Justicia climática y energía | COP 17
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A União Europeia (UE) apresenta-se como a heroína da luta contra a mudanças climáticas, porém atrasa as urgentes ações necessárias para combater essa crise, é oque denunciam várias organizações da sociedade civil que seguem de perto a COP-17 das Nações Unidas de Clima.
O bloqueio europeu apresenta um discurso de aceitação de um segundo período de compromissos dentro do Protocolo de Kioto, mas condiciona essa aprovação formal ao acordo de um “mandato de Durban”, que estipularia uma nova linha de negociação para atingir um novo acordo. Assim, as ações eficientes contra as mudanças climáticas tardariam de 5 a 10 anos, denuncia a federação ambientalista Amigos da Terra Internacional. Além disso, o objetivo de vários países industrializados, não só da UE, é que o novo acordo não estipule reduções de emissões contaminantes obrigatórias. Seria um sistema baseado em “promessas”.
Outra das condições da UE para a continuidade de Kioto é o fortalecimento dos mercados de carbono, que abrem a porta para que as nações ricas compensem sua contaminação colocando fundos no Sul global em projetos que chamam “limpos”. Muitos deles têm causado graves consequências sociais e ambientais em vários países. Ainda pior, dessa forma os Estados desenvolvidos evitam uma parte das reduções de emissões obrigatórias.
Nesta quinta-feira Rádio Mundo Real entrevistou a ativista Susann Scherbarth, da Amigos da Terra Europa, que avaliou o comportamento da UE na COP de Durban. “Definitivamente está tendo um papel negativo porque procuram algo novo (o mandato de Durban) e não cumprem com as obrigações já existentes”, disse. “Não tiramos nada daqui que combata a mudança climática e contribua com a justiça climática”, disse Scherbarth.
A ambientalista alemã destacou algumas das obrigações que a UE que não tem cumprido: reduções de emissões (que para Amigos da Terra Europa deveriam ser de pelo menos 40 porcento para 2020, com base nas emissões de 1990) e repasse de financiamento e tecnologias aos países em desenvolvimento, para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Scherbarth foi mais enfática em sua crítica ao papel da UE nas negociações da COP de Durban, e criticou as pressões do bloco para que vários países emergentes, especialmente China, assumam compromissos obrigatórios, dentre eles de redução de emissões.
A China é atualmente o maior contaminante mundial, embora é superado pelos Estados Unidos se as emissões medidas per capita.
Apesar de o gigante asiático e seu recente desenvolvimento estar deixando um grave rastro de contaminação, algo que deveria ser tratado pelo país com urgência, ele não deve ser considerado responsável histórico da mudanças climáticas, como os países do mundo industrializado. É a própria Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que inclui o princípio da “responsabilidade histórica” dos Estados desenvolvidos. Além disso, hoje em dia o mundo industrializado é responsável por 75 porcento das emissões totais mundiais de gases de efeito estufa.
Susann disse que gostariam “ver a UE como líder, porque têm o potencial e podem fazê-lo”. “Mas o que vemos é de jeito algum um líder”, lamentou novamente, mas um bloco que pressiona os países em desenvolvimento, “o que não é correto porque eles não causaram as mudanças climáticas”.
Segue abaixo o vídeo da entrevista em inglês com Susann.
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