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27 de Outubro de 2010 | | |

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Estrangeirização e aumento de preços da terra preocupam no Uruguai

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Mais de seis milhões de hectares de terras do Uruguai foram comercializadas de 2000 a 2009 e mais da metade passaram a mãos de estrangeiros, em um país que possui 16 milhões de hectares cultiváveis.

A crescente demanda por terrenos, principalmente para agronegócios, provocou um aumento escandaloso do preço desse bem produtivo.

Em 2002, em meio a uma grave crise econômica do país, o valor médio do hectare era de 386 dólares. No segundo trimestre de 2010 a cifra atingiu 2.650 dólares. Os números são do Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca.

Este fenômeno preocupa o governo uruguaio. Conforme Valor Econômico do Brasil, o presidente do Instituto Nacional de Colonização, Andrés Berterreche, considerou que para um país como o Uruguai, muito pequeno, a compra de grandes quantidades de terras “por cinco ou seis empresas” o pode transformar num “oligopólio de produção”.

O senador Jorge Saravia, da Frente Ampla, acredita que 25 porcento da área agrícola nacional está controlada por estrangeiros, principalmente argentinos e brasileiros.

Dentro do setor dos agronegócios destaca-se o grande crescimento da produção de soja no país, transgênica, que hoje ocupa cerca de 850.000 hectares e estima-se que estaria em cerca de 1 milhão em 2011.

Enquanto isso, as monoculturas florestais para a indústria da celulose já ocupam 1 milhão de hectares. Neste setor destacam-se capitais finlandeses, suecos, chilenos e estadunidenses.

A preocupação do governo uruguaio nasce do próprio presidente José Mujica, especialmente após confirmar o interesse de investidores chineses que têm como sócios a seus governos. Mujica pediu a vários parlamentares, dentre eles Jorge Saravia, que fizessem uma propuesta normativa que restrinja a venda de terras a estrangeiros.

Conforme Valor Económico, Saravia disse que nos próximos meses será apresentado um projeto de lei. “Temos que prevenir, veja o que está acontecendo na África”, disse Berterreche, que acredita que é necessário colocar em vigor a Lei de Sociedades Anônimas para deter a estrangeirização da terra.

Essa norma prevê que somente as pessoas físicas podem ser proprietárias de terras, mas está em moratória até maio de 2011 porque “a quantidade de casos excepcionais era tão grande que não era possível aplicar efetivamente a lei”, conforme Berterreche. Esses casos excepcionais permitem que determinadas empresas possam comprar terras. Outras fontes do governo confirmaram a RMR que são firmadas exceções continuamente, o que seria feito à pedido do Ministério de Economia.

Berterreche manifestou: “sempre fomos muito liberais na aquisição de terras, mas chega um momento em que isso põe em risco as atividades da agricultura familiar”.

Não faltam motivos para o diretor do Instituto Nacional de Colonização para estar alerta e ativo com este tema. A grande demanda de terras tem provocado o aumento de seus preços e isso dificulta a missão do órgão, que é a de evitar a concentração da propriedade, fomentar a pequena agricultura e a ocupação da área agrícola. “Na concorrência pela compra das terras, a relação entre o orçamento do Instituto Nacional de Colonização e os fundos de investimentos e grandes empresas é muito desigual”, lamenta Berterreche.

Foto: http://www.flickr.com/photos/stawarz/

(CC) 2010 Radio Monde Réel

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