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8 de Abril de 2010 | Notícias | Confêrencia dos Povos sobre Mudança Climática | Justiça climática e energia
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“A conferência em Cochabamba (Bolívia) sobre clima é um sinal de esperança apesar do fracasso das negociações em Copenhague (Dinamarca)”, expressa nesta quinta-feira mediante um comunicado de imprensa a federação ambientalista Amigos da Terra Internacional.
De 19 a 22 de abril será realizada em Cochabamba a Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra. Amigos da Terra manifesta sua satisfação pela organização do encontro e inúmeros representantes da federação de diversas regiões viajarão para a Bolívia para trabalhar junto a movimentos sociais, organizações não governamentais, representantes de governos, acadêmicos e povos indígenas de dezenas de países.
O objetivo da cúpula (promovida pelo presidente boliviano Evo Morales) é abrir um espaço onde a sociedade civil e representantes de alguns governos se una para formular demandas comuns justas e propor soluções. Também é uma tentativa de conceder um novo impulso e direção às negociações das Nações Unidas (ONU) sobre mudança climática.
A última conferência da ONU realizada em dezembro de 2009 em Copenhague foi um grande fracasso pela falta de compromissos dos países industrializados e sua operativa inescrupulosa para atingir um acordo enviesado às margens das negociações oficiais.
Mais de 240 movimentos e organizações sociais de todo o mundo têm aderido à realização a Conferência dos Povos sobre Mudança climática, onde haverão 17 grupos de trabalho que redigirão propostas sobre, por exemplo, o Protocolo de Kioto, perigos do mercado de carbono, dívida climática, agricultura e soberania alimentar.
Durante a conferência da ONU em Copenhague o presidente boliviano propôs que seja realizado um referendo mundial sobre a mudança climática, diante dos sinais de que não haveria acordo ali pelas diferenças na forma de viver dos países industrializados e e os que não o são. “Já que temos profundas divergências de presidente a presidente, consultemos ao povo e façamos o que nos diga”, indicou. A consulta poderia ser realizada no dia 12 de outubro.
Morales propôs perguntar à população mundial se concorda com 1) reestabelecer a harmonia com a natureza, 2) mudar este modelo de super-consumo e esbanjamento, 3) que os países desenvolvidos reduzam suas emissões para limitar o aumento da temperatura global a um grau Celsius, 4) destinar à mudança climática um orçamento superior ao destinado à Defesa, 5) a criação de um tribunal de justiça climática que julgue os que cometem crimes contra a Mãe Terra.
No comunicado divulgado nesta quinta-feira por Amigos da Terra, o presidente da federação, Nnimmo Bassey, considera que “a posição da Bolívia em temas ambientais representa uma tocha de esperança que esperamos guie o rumo de outros governos e autoridades locais”. “Apesar de seus problemas econômicos, a Bolívia tem se enfrentado valentemente, e com direito, às táticas de ’divide e reinarás’ utilizadas pelos países ricos industrializados”, diz.
Bassey destaca que “a Convenção da ONU sobre o Clima estipula princípios básicos sobre a responsabilidade dos países desenvolvidos por suas emissões atuais e históricas, mas esses princípios são permanentemente minados”. “Pior ainda, a Convenção tem se debilitado profundamente e tem sido manipulada pelos governos que promovem os interesses das empresas ao invés de soluções ambiental e socialmente justas”, fustiga o ambientalista.
Foto: Rádio Mundo Real
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