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4 de Fevereiro de 2010 | Notícias | Anti-neoliberalismo
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“No aceptaremos convertirnos en una nueva base norteamericana en el Caribe”, dice desde un Puerto Príncipe en escombros y bajo régimen militar un Camille Chalmers indignado por la conducta de los gobiernos, en especial Washington, que acudieron al “rescate” de Haití con tropas y armas.
Camille Chalmers denuncia a ocupação militar norte-americana com disfarce humanitário
“Não aceitaremos transformar-nos numa nova base norte-americana no Caribe”, diz de um Porto Príncipe em escombros e sob regime militar um Camille Chalmers indignado pela conduta dos governos, especialmente Washington, que foram “resgatar” o Haiti com tropas e armas.
Passadas três semanas do sismo, amplificadas quanto à repercussão midiática dos projetos que as grandes potências prevêem para o país que ocupa parte do território da ilha “La Espanhola”, o integrante da organização PAPDA e membro da coordenação internacional da rede Jubileu Sul conversou com Rádio Mundo Real denunciando como a “ajuda” pode piorar mais ainda as coisas em seu país.
Estas são algumas pinceladas da catástrofe pos-catástrofe haitiana: longe de anular a dívida externa contraída durante o regime de facto de Duvalier, o Fundo Monetário Internacional se apressou a aprovar um novo empréstimo de mais de 100 milhões de dólares condicionando a aplicação de medidas de ajuste do Haiti.
O exército norte-americano impediu a aterrissagem de vôos contendo ajuda humanitária no aeroporto de Porto Príncipe durante os dois dias que levou tomar o controle dele para receber a Secretaria de Estado Hillary Clinton.
Dívida repressiva
Chalmers lembra que apenas foi declarada a independência haitiana através da revolução escravista surge um primeiro empréstimo destinado a manter à nação caribenha sob a órbita da “economia mundial”, isto é, não subdesenvolvimento e a dependência, reduzida a enorme plantação açucareira para adoçar os países ricos.
“Foi utilizado o mecanismo de dívida para a reintegração de Haiti à economia mundial e para contrarrestar um projeto revolucionário”, comenta o ativista haitiano.
A dívida contemporânea continua sendo política e ilegítima, e por isso várias organizações internacionais têm pedido aos governos anulá-la.
“Diante da crise instalada pelo terremoto, vimos que o Fundo Monetário Internacional impôs um novo empréstimo de 104 milhões de dólares, a pagar a partir de 2012”, explicou Chalmers.
O fracasso da MINUSTAH
A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) que há oito anos está presente no Haiti tem demostrado seu fracasso tanto na etapa prévia quanto posterior à crise gerada pelo terremoto.
Durante o terremoto, os efetivos da MINUSTAH “ficaram completamente paralizados” e foram vistos nas ruas “recém no quarto dia” conta o integrante de Jubileu Sul.
Sob o comando militar do Brasil, participam com militares na Minustah Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Equador e Guatemala.
Todos os objetivos estabelecidos na missão pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas têm fracassado, diz Chalmers e hoje está mais claro ainda que trata-se de uma “missão militar de ocupação que lesiona a soberania do povo haitiano e que impõe ao governo políticas específicas em matéria econômica”, mas que ainda representa uma ameaça militar direta aos países da região “que não aceitem o neoliberalismo”.
A diferença da ALBA
Finalmente, o ativista haitiano destaca a conduta diferencial tomada depois do terremoto por parte de alguns países latino-americanos vinculados à Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA).
“É importante destacar que há muitos anos, o Haiti recebe a solidariedade de países do espaço ALBA. É uma cooperação fraternal sem condicionalidades e depois do terremoto a primeira equipe médico em chegar foi a cubana”, explicou Chalmers
Foto: Larry Zou
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