11 de julio de 2011 | Noticias | Soberanía Alimentaria
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Cerca de 300 famílias de camponeses sem terra e atingidos por barragens brasileiras completaram na semana passada um mês de acampamento em uma fazenda improdutiva do município de Cerro Negro, estado de Santa Catarina, contra a instalação da usina hidrelétrica Garibaldi na região. Têm várias demandas concretas.
Os acampados são integrantes do Movimento de Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
A usina de Garibaldi, que está se instalando no rio Canoas e nos municípios de Abdon Batista e Cerro Negro, está em mãos da empresa Rio Canoas Energia, criada pelo grupo Triunfo Participações e Investimento que têm o direito de operar a usina durante 35 anos.
Conforme o MAB, o projeto prevê a inundação de 1.864 hectares de terras férteis e atingirá os municipios de Abdon Batista, Cerro Negro, Campo Belo do Sul, Vargem y São José do Cerrito. Unas 1 000 famílias seriam expulsas da zona. Mais de 700 delas não são consideradas atingidas por Rio Canoas Energia.
O objetivo principal da ocupação do MAB em Cerro Negro é garantir que sejam respeitados os direitos de todas essas famílias: as mais de 700 que não são consideradas atingidas correm grave risco de não serem reassentadas nem indenizadas. Nesta quinta-feira haverá uma reunião entre representantes dos atingidos por Garibaldi e da empresa construtora.
Enquanto isso, os camponeses do MST se mantêm firmes na área improdutiva de Cerro Negro, terra reivindicada para a reforma agrária, e denunciam a lentidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para assentar mais de 1.000 famílias da região que já estão registradas há vários anos. Os acampados do MST querem terra para produzir e morar.
Integrantes do MAB e do MST haviam ocupado também no início do mês passado, a área onde são realizadas as obras de construção de Garibaldi em Abdon Batista, para que suas demandas fossem atendidas. Depois de quase uma semana de ocupação os camponeses e atingidos por barragens conseguiram fazer com que representantes jurídicos de Rio Canoas Energia se comprometessem a marcar uma reunião de negociação conjunta. Por isso os ativistas levantaram o acampamento e se uniram ao de Cerro Negro à espera do encontro.
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