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22 de Agosto de 2011 | Notícias | Alerta! Sandra desaparecida | Direitos humanos
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No dia 17 de agosto completaram-se seis meses do desaparecimento na Colômbia da professora e ambientalista colombiana Sandra Viviana Cuéllar. Seus familiares e amigos não permitiram que o caso seja esquecido. Rádio Mundo Real entrevistou o pai de Sandra, Dumar Cuéllar.
Sandra, engenheira ambiental e professora de 26 anos, desapareceu no dia 17 de fevereiro no arredores da cidade de Cali (departamento de Valle del Cauca), na zona onde pegaria o ônibus para ir a Palmira e dar aula na Universidade Nacional. Seu documento de identidade e celular foram encontrados dois dias depois perto de onde desapareceu.
Sandra estava vinculada à luta pela água, à proteção de bacias e zonas úmidas, por exemplo. Também dedicou-se à defesa da participação equitativa de comunidades locais no uso e manejo de seus recursos genéticos, contra processos de apoderamento desses bens por parte de atores externos. Sandra dedicou-se também a sua formação espiritual.
Na conversa com Rádio Mundo Real, Dumar Cuéllar colocou várias vezes sua luta num complexo muito maior de pessoas e organizações sociais que exigem memória e justiça em um país com dezenas de milhares de desaparecidos. O pai de Sandra disse ter “esperança” de que sua filha apareça e deu uma mensagem sem rancor com os “raptores” para que isso seja possível.
Ao serem completados seis meses de desaparecimento de Sandra, pessoas muito próximas à ambientalista divulgaram na semana passada informação sobre o caso. Houve também uma reunião na Galeria da Memória de Cali onde pessoas e organizações que lutam por verdade, memória e justiça coordenaram ações face ao dia 30 de agosto, Dia Internacional do Detido Desaparecido.
“Este país tem acumulado cerca de 57.000 desaparecimentos. É um problema grave e tentamos fazer com que seja visibilizado(...), para que seja dada uma solução ou pelo menos se detenha isto, que é lamentável”, disse Dumar.
O pai de Sandra manifestou que o apoio em geral e aproximação de pessoas, todos os dias para saber do caso de sua filha é o que lhe dá força para continuar com sua busca, “mais do que a ação legal das autoridades do país que caminha de forma lenta”. Dumar diz estar muito decepcionado com o trabalho do governo na procura de Sandra. “É muito pouco o que se consegue”, disse. As autoridades “têm feito seu trabalho mas não se atrevem a ter uma hipótese definida que leve a achar algum culpado.
Neste momento não existe nenhum tipo de informação para que se arrisquem a judicializar o caso”, acrescentou.
De todas as formas, Dumar contou que a Organização dos Estados Americanos pediu medidas cautelares sobre o caso de Sandra, para que o estado colombiano faça tudo o que estiver a seu alcance para proteger a ativista e investigar o caso.
Dumar estima que é possível que o desaparecimento de sua filha tenha sido uma ação para deter sua luta por causas ambientais e sociais. “Acredito que pela função social que Sandra tem liderado tanto em nossa cidade quanto na nação, é possível que haja interesses tanto corporativos quanto públicos para produzir o fato”.
Na hora de lembrar as organizações que mais têm se solidarizado com o desaparecimento de Sandra e têm trabalhado na sua busca, Dumar mencionou em geral os “sindicatos, os cortadores de cana, (grupos do) campo indígena e de direitos humanos”.
O pai de Sandra não perde a esperança de que “isto tenha um desenlace feliz”. “Também pedimos aos captores para que Sandra de algum modo chegue a nosso entorno, sem nenhum tipo de represálias”, concluiu Dumar.
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