San Juan é uma das províncias argentinas onde a mineração como política de Estado está mais desenvolvida, uma realidade que se expressa em uma grande quantidade de projetos.

A marcha, acompanhada por nossos companheiros da Amigos da Terra Argentina, foi levada a cabo na capital provincial. Partiu da praça 25 de mayo percorrendo o centro da cidade, demostrando que apesar do silenciamento oficial, continuam havendo vozes que condenam o “modelo” minerador e rejeitam a lei “anti-terrorista” que tenta criminalizar os protestos.

Os projetos mineradores já impactam na vida das comunidades: o dique Ullum, que alimenta a cidade, tem um déficit importante em seu nível de água, algo que preocupa a muitos sanjuaninos, que temem que a cidade fique desabastecida.

No norte da província, a situação da cidade de Jachal é desesperadora, conforme seus moradores, já que não existe água potável disponível, enquanto que a situação mais difícil está nas montanhas da província, onde estão os barramentos com cianeto, justamente em uma das zonas com maior atividade sísmica do país.

Em síntese, hoje em San Juan qualquer visitante já pode observar as consequências das políticas mineradoras: contaminação ambiental, cultural e social. Os opositores destas indústrias extrativas dizem que as irregularidades são cada vez maiores, e que isso tem criado um círculo de contaminação, corrupção e impunidade, tudo com a propaganda mineradora por trás.

Apesar disto, a população continua mobilizada. Recentemente, manifestantes em defensa da água realizaram uma intervenção pacifica na Festa do Sol -organizada pelo governo provincial- sendo expulsos quando tentavam se manifestar contra a megamineração (veja o vídeo abaixo).