Na Comuna Rural Darío Santillán, na comarca de San Vicente em Buenos Aires, organizações rurais e urbanas latino-americanas reuniram-se nos dias 13 e 14 de outubro para negociar pontos de ação sobre a soberania alimentar e a luta pela terra.

Surai Azcarate, jovem militante de 26 anos, integrante da Cooperativa de Trabalhadores Rurais na Frente Popular Darío Santillán, foi entrevistada pelos correspondentes da Rádio Mundo Real na Argentina, Raquel Schrott e Ezequiel Miodownik.

Azcarate indicou que estavam realizando os processos de recuperação de terras com muito trabalho local, com um processo de consciência. "É muito difícil ir contra tudo. Quando o capitalismo nos oferece viver amontoados nas cidades, nós propomos outra coisa: lutar pela terra, produzir alimentos e depender de nós mesmos", afirmou.

Ao ser consultada sobre como imaginava a implementação de uma reforma agrária na Argentina, respondeu que não era algo que tinham absolutamente discutido, e acrescentou: "pensamos que a terra tem que estar em função daqueles que lutamos por continuar vivendo no campo e não dos que fazem negócios. Não solamente por ter terra já podemos viver no campo: precisamos garantir que haja educação, que haja saúde.
A reforma agrária integral tem que conter estas questões".

Azcarate falou ainda da necessidade de tirar o controle da produção e comércio, dos grandes atores do mercado agrícola, da relação de sua organização com o Ministério de Agricultura (Minagri) e considerou que a Argentina não exerce hoje uma soberania alimentar, política e econômica.

Foto: Colectivo NPH