O documento, entregue na Fundação Estadual de Proteção Ambiental FEPAM, destaca os graves impactos ambientais, os danos à biodiversidade, as violações aos direitos humanos e a criminalização dos movimentos sociais por causa do avanço claro no Rio Grande do Sul das empresas dedicadas aos grandes plantíos de árvores.

A entrega do documento publico foi realizada nos marcos do Dia Internacional contra as Monoculturas de Árvores celebrado nesta terça-feira. NAT Amigos da Terra Brasil, o Instituto Biofilia e o Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais foram alguns dos grupos que participaram da entrega da carta. Também houve integrantes de REDES-Amigos da Terra Uruguai, país onde já existe um milhão de hectares de monoculturas de eucaliptos e pinos. Os ambientalistas aproveitaram esta data para reafirmar seu compromisso de combater a instalação e consolidação do projeto florestal e de celulose no Rio Grande do Sul e toda a região da pampa trinacional, que inclui partes do território uruguaio e argentino. A carta destaca ainda as sucessivas violações à legislação sobre meio ambiente por parte das empresas dos agronegócios.

Os ativistas não foram recebidos pelo secretário de Ambiente Tusi Pinto, deixaram o documento a seus assistentes e abandonaram o edificio da FEPAM. Fora do edificio dezenas de integrantes de organizações da Amigos da Terra da América Latina e Caribe, ativistas de várias organizações brasileiras, e representantes de movimentos sociais, colaram adesivos na porta de entrada do edifício público em protesto contra as políticas permissivas com o setor florestal e lembrando a data de luta contra as monoculturas de árvores.

Logo, os manifestantes foram até o mercado público da cidade para compartilhar com a sociedade em geral suas demandas. Entraram neste local de comércio de diversos produtos, principalmente alimentos, pela porta onda está a Tenda da Reforma Agrária, do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil (MST). A mobilização visou reivindicar a produção local de alimentos, a agricultura camponesa e a própria cultura de vida dos trabalhadores do meio rural. Dentro do mercado os ativistas entoaram gritos de ordem, afirmando que ¨os eucaliptos não são comida¨, para logo se instalar numa praça, onde foi realizada uma performance destacando que as monoculturas de árvores não têm nada a ver com a tradição local e impactam na forma de vida da população. Finalmente, os manifestantes retomaram a marcha e estenderam uma faixa no viaduto Otávio Rocha, com a frase ¨a monocultura é monofuturo¨.

Os integrantes de Amigos da Terra da América Latina e Caribe têm estado participando da IV Escola da Sustentabilidade que organiza essa rede ambientalista, e que esta sendo realizado no centro de formação Sepe Tiaraju del MST, em Viamão, a poucos quilômetros de Porto Alegre. A Escola finaliza esta noite suas atividades.

Antes, pela tarde, os ambientalistas estarão em uma rodada de imprensa na Assembléia Legislativa do governo do Rio Grande do Sul, sobre Conflitos Socioambientais e Violações de Direitos Humanos na América Latina, e logo a um painel internacional aberto ao público em geral sobre o mesmo tema. As duas atividades são organizadas por NAT Amigos da Terra Brasil e as comissões legislativas de Direitos Humanos, Saúde e Educação.costa rica escuela.

Foto: Rádio Mundo Real.