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27 de Setembro de 2011 | Entrevistas | Encuentro Mesoamericano contra Represas | Direitos humanos
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Diversas comunidades hondurenhas sofrem uma grave escalada de despojos y durísimas represiones desde el golpe de Estado de junho de 2009, disse à Rádio Mundo Real o dirigente Salvador Zúñiga, do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH).
Denúncias de graves violações aos direitos humanos em Honduras chegam praticamente todos os dias à redação da Rádio Mundo Real. O inúmeros atropelos cometidos contra as comunidades locais nesse país têm se intensificado com o governo de Porfirio Lobo, sucessor da Ditadura iniciada por Roberto Micheletti e as Forças Armadas.
Rádio Mundo Real entrevistou Zúñiga durante o VI Encontro Mesoamericano da Rede Latino-americana contra Barragens e pelos Rios, suas Comunidades e a Água (REDLAR), realizado de 22 a 25 de setembro na comunidade costa-riquenha de Tres Equis de Turrialba, província de Cartago. Ali houve representantes de organizações sociais de toda a Mesoamérica.
Zuñiga disse em entrevista com o correspondente da Rádio Mundo Real na Costa Rica, Henry Picado*, que os processos de desapossamento e repressão contra as comunidades hondurenhas se agravaram com o golpe de Estado que depôs o presidente constitucional Manuel Zelaya, e com a administração continuadora de Lobo.
O dirigente afirmou ainda que em seu país vive-se um momento complicado de agressividade do sistema capitalista em relação à exploração dos recursos naturais, a água, a mineração, as florestas. A partir do golpe de Estado têm sido concessionados rios para a construção de barragens de empresas privadas, que violam os direitos de povos indígenas e camponeses.
Atualmente existem em Honduras 73 rios concessionados e 60 projetos de construção de barragens. O principal está no rio Plátano, denominado Patuca III, com fundos da China Continental. Esta barragem pretende gerar 600 megawatts de energia. Zúñiga mencionou que esse empreendimento “representa uma ameaça para os povos pech, misquitos e garífunas que serão desalojados”. “Devemos somar que 40 porcento do território do país vai ser perdido porque tem sido concessionado para a mineração”, disse ainda o ativista.
Sobre a militarização que vive o povo hondurenho, o integrante do COPINH alertou que continua o processo de construção de bases militares estadunidenses em território de Honduras, onde o país norte-americano já tem instalações.
Por último, Zúñiga informou que de 30 de setembro até 3 de outubro será realizado na cidade de Tocoa, departamento de Colón, um Encontro Continental contra a Militarização. O objetivo é expressar solidariedade com a população de Aguán nesse departamento, denunciar as violações aos direitos humanos na zona e concretizar outras ações contra a militarização. Para Rádio Progresso de Honduras, durante o conflito agrário em Aguán, onde os camponeses estão lutando por seu direito à terra para morar e trabalhar, foram assassinados 50 dirigentes com total impunidade, em meio a uma militarização do governo ditatorial.
* Integrante de COECOCEIBA – Amigos da Terra Costa Rica.
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