Hilaria é Parlamentar Andina peruana de origem quechua. É ainda uma ativista pelos direitos humanos e das organizações de mulheres indígenas e de 2006 até 2011 foi Congressista da República do Peru.

Integrante da Minga de Resistência Social e Comunitária, Hilaria considerou positivos os debates sobre os modelos de desenvolvimento destacando a necessidade de materializar uma verdadeira reforma agrária integral nos países latino-americanos. “O desafio é saber como vamos materializando isso”, refletiu.

Para ela, o principal conceito atualmente para o movimento indígena é o de autonomia num contexto de crescente ofensiva do capital pelos bens naturais e os territórios em que estão.

“Por um lado deve se construir a política e por outro reivindicar a identidade de cada um. Nesse sentido devemos ser cuidadosos em relação à institucionalidade”, reflete a referente indígena analisando a proposta do presidente colombiano Juan Manuel Santos sobre mudanças na estrutura agrária da Colômbia.

“O modelo não bate só na Colômbia, mas no conjunto do território latino-americano e o que devemos manter sobre todas coisas é a unidade de ação diante das tentativas de cooptação e divisão que temos desde a institucionalidade”, diz Hilaria à RMR.

Nesta quarta-feira, o Congresso Nacional de Terras, Territórios e Soberanias, que tem contado com a participação de cerca de 11 mil pessoas de processos de luta contra desapossamento de comunidades camponesas, indígenas, afrodescendentes, de mulheres e urbanas, definiu fazer seu encerramento no município de Cajamarca, Tolima.

Trata-se de um ato de solidariedade e apoio com os cidadãos e cidadãs de Anaime, Cajamarca e Ibagué e como exercício de soberania de todos os povos que enfrentam os riscos da megamineração, especificamente à mina de ouro La Colosa a céu aberto da Anglo Gold Ashanti.

Foto: diasporaperuananewyork.blogspot.com