22 de marzo de 2010 | Entrevistas | Anti-neoliberalismo | Derechos humanos
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Com o objetivo de alertar sobre os impactos que as monoculturas de árvores e as barragens têm tido na biodiversidade, na cultura dos povos e em seus territórios, o Núcleo Amigos da Terra Brasil (NAT) realizou nesta sexta-feira uma oficina de três horas de duração no III Fórum Social Missões, em Santo Ângelo, estado do Rio Grande do Sul.
A atividade foi dividida em duas partes com os títulos “Celulose no Cone Sul: a reconfiguração do setor e os impactos no território” e “De Belo Monte às barragens do rio Uruguai: energia para o delírio desenvolvimentista e o negócio do clima”. Além dos integrantes do NAT Brasil, a oficina teve entre os oradores representantes da Amigos da Terra Argentina e REDES – Amigos da Terra Uruguai.
Rádio Mundo Real entrevistou Fernando Campos, do grupo brasileiro.
O ativista destacou a importância que tinha para o NAT estar presente no III Fórum Social Missões, que terminou no sábado e faz parte do processo do Fórum Social Mundial. Disse que o encontro abriu novas possibilidades para o diálogo com representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), atualmente no governo federal, em tempos onde tem sido difícil a interação. Acrescentou que o NAT continua apostando no processo do Fórum Social Mundial como espaço de intercâmbio e construção política.
No que diz respeito às empresas florestais, Fernando afirmou que quando são estudadas as origens e os donos destas companhias encontram-se os nexos com todo o período de colonização da América Latina e com as burguesias atuais. É fundamental que as populações tenhan conhecimento destes laços e deve sempre ser fortalecida a resistência nos territórios, afirmou o ambientalista.
Depois lamentou-se pelo desenvolvimento de imensos projetos energéticos no Brasil. “Se olharmos o Plano Decenal de Energía do país, tem mais de 200 hidrelétricas de porte médio e grande, 50 usinas nucleares até 2050, termelétricas”, disse.
No entanto, aposta no diálogo com o governo do PT quando fala da atual conjuntura política pre eleitoral no Brasil e ao papel que possuem os movimentos sociais. Primeiro manifestou que “é muito importante que o processo de diálogo se abra, que os movimentos sociais, ambientalistas, consigam ter uma forma de dialogar com um governo de esquerda”. Considerou que o desafio hoje é conseguir construir conjuntamente com o governo nacional.
“Poderiamos ter alianças maiores e um processo muito mais estratégico e menos imediatista”, afirmou.
Campos explicou: “temos que deixar bem explícito que trabalhamos historicamente para construir este governo, ajudamos a que a população brasileira aceitasse um governo de esquerda no Brasil, depois de toda a campanha da direita, questionando e criminalizando os movimentos sociais”. “Hoje viemos com muito cuidado tentando construir as alianças de forma de não fortalecer a direita, mas ao mesmo tempo buscando nosso espaço, pelo que consideramos legítimo reivindicar este governo para que possamos construir saídas conjuntas”, concluiu Campos.
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