16 de agosto de 2010 | Noticias | Industrias extractivas
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A companhia portuguesa Portucel está cada vez mais perto de instalar sua fábrica de celulose no Brasil do que no Uruguai, pela maior infra-estrutura que oferece o território brasileiro. No entanto, é de se esperar que não haja uma decisão final da empresa até o ano que vem.
Portucel tem a intenção de instalar uma fábrica de celulose que no Uruguai ou Brasil, embora também tem sido considerada a possibilidade de Moçambique. Com esse objetivo têm sido feitos estudos de factibilidade nos dois países, embora Uruguai havia sido mencionado com mais força. O projeto de Portucel significaria um investimento de 1,5 bilhões de dólares e incluiria a elaboração de papel no país escolhido.
Conforme o jornal português Jornal de Negócios, o presidente executivo da Portucel, José Honório, informou que a empresa está terminando “estudos cruciais” no Brasil para “poder tomar uma decisão definitiva” sobre o país onde se instalará.
Honório explicou que no Uruguai existe um obstáculo que “depende exclusivamente do governo”. O país “tem uma saturação de sua estrutura portuária existente” e “uma necessidade de concretizar investimentos num porto de águas profundas”, o que depende de uma decisão governamental.
Conforme o jornal uruguaio El País, em março deste ano o secretário da Presidência, Alberto Breccia, havia dito que a empresa mantinha o interesse em investir no Uruguai e que estava avançando nas negociações.
Num relatório sobre seus resultados empresariais do primeiro semestre, Portucel afirma que continuará estudando as oportunidades para expandir seus negócios na América Latina e África, com um investimento muito significativo em termos econômicos e técnicos. Mas adverte que para isso exigirá um amplo e completo pacote de condições que lhe permitam garantir a viabilidade de seu investimento.
Em abril uma fonte oficial da empresa, não revelada por Jornal de Negócios, disse que estavam sendo avaliadas condições que apresenta o cenário uruguaio diante do possível investimento. “Entre estas condições tem importância decisiva a estrutura logística requerida para um projeto desta envergadura, especialmente no que diz respeito aos meios de transporte, sobretudo as vias férreas e estradas, e a disponibilidade de um porto oceânico para a exportação da pasta de celulose, com a capacidade, eficiência e economicidade necessárias”, indicou a fonte.
O Uruguai já tem uma fábrica de celulose instalada na localidade de Fray Bentos, departamento de Río Negro, pertencente à empresa finlandesa UPM-Kymmene. Essa companhia é das maiores proprietárias de plantíos de árvores no país, dedicados principalmente à indústria da celulose.
Calcula-se que cerca de um milhão de hectares do território uruguaio estejam plantados com árvores. O país tem cerca de 16 milhões de hectares cultiváveis. Grandes transnacionais como a sueco-finlandesa Stora Enso, a chilena Arauco e a estadunidense Weyerhaeuser destacam-se entre as principais donas de monoculturas de árvores no pequeno país sul-americano.
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