Claudia Cárcamo de Honduras e Luis Alonso Morán de El Salvador conversaram com Rádio Mundo Real sobre suas expectativas sobre as Diretrizes sobre posse da terra e seus possíveis efeitos na população camponesa e indígena de seus respectivos países.

Claudia e Luis Alonso integram a Rede Centro-americana de Soberania Alimentar e Nutricional (Red CASAN) e exigem que os conceitos levados a consenso nas diretrizes sejam aplicados efetivamente para proteger os direitos dos camponeses e a Soberania Alimentar de seus países.

No caso hondurenho, o golpe de estado de 2009 aumentou ainda mais concentração estrutural da terra nesse país, ao tempo que significou um retrocesso em algumas vitórias quanto à distribuição de terras durante o período de governo de José Manuel Zelaya, diz Claudia na entrevista.
Já o governo salvadorenho da Frente Farabundo Martí de Liberação Nacional (FMLN), diz Luis Alonso, apesar dos discursos, não tem promovido mudanças estruturais para modificar positivamente o nível de concentração da terra.

Claudia indica que tanto o Tratado de Livre Comércio da República Dominicana, América Central com os EUA (DR-CAFTA), como o já firmado (embora ainda não em vigor) Acordo de Associação (AdA) com a União Europeia favorecem os agronegócios, como por exemplo os agrocombustíveis através de facilitar o cultivo de palma de azeite ou da entrada de alimentos subsidiados dos EUA a Honduras.

Após o conflito armado e três décadas de governos liberais e neoliberais, El Salvador tem caído em uma total dependência das importações para cobrir seu consumo de alimentos, indica Luis Alonso afirmando que esta realidade deverá ser revertida entre outras ferramentas, com as Diretrizes que estão em debate durante estes dias em Roma.

Foto: Rádio Mundo Real