10 de septiembre de 2010 | Noticias | Derechos humanos
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Diante do iminente reinício do julgamento contra líderes do movimento de assalariados cortadores de cana e seus acompanhantes por sua mobilização em 2008, dialogamos com Juan Pablo Ochoa para comprender o que está em jogo.
A meados de 2008, o Movimento Operário do Corte de Cana do Vale Geográfico do Rio Cauca, na Colômbia, ocupou os espaços de trabalho de corte e as entradas aos engenhos de açúcar e de produção de etanol, apresentando um documento com reivindicações mínimas de condições de trabalho em terms de dignidade humana.
As condições destes bóias-fria eram, até esse momento, aberrantes: longas jornadas sem água potável, deviam pagar seu transporte para os campos, embora não podiam controlar o peso de seu corte diário – o que define sua diária-, falhas totais em matéria de direitos, etc.
Este movimento, que passou a chamar-se Movimento 14 de Junio, desenvolveu durante mais de cem dias uma greve atingindo o poderoso setor açucareiro da Colômbia.
Esta luta significou um referente para o movimento operário colombiano e recebeu a solidariedade de amplos setores sociais, em nível nacional e internacional. Os cortadores de cana tomaram a decisão de se enfrentar a um setor agro-industrial que tem gerado sua riqueza, da etapa escravista, desapropriando a biodiversidade, agrobiodiversidade, fontes de água e força de trabalho da região.
A paisagem mostra a exclusão: junto com exuberantes cultivos de cana, no Vale Geográfico do Cauca, inundados de água doce, convivem população inteiras que devem transitar dezenas de quilômetros para ter acesso a água.
Este agronegócio tem sido favorecido pelo estado colombiano através de isenções de impostos, flexibilidade no regime de trabalho, subsídios à produção e à venda de etanol, entre outros.
Durante a greve, o Movimento 14 de junho teve que suportar os fustigamentos dos atores armados legales e ilegais do Estado, que à força tentaram asfixiar a luta trabalhadora.
Os cortadores sofreram um plano de desprestígio armado pelo próprio Presidente da República -que chegou a acusá-los de “terrorismo”- ampliado pelos mídia.
Os engenhos finalmente tiveram que ceder e concederam algumas conquistas aos trabalhadores, depois de utilizar violência, guerra mediática e as tentativas de suborno a dirigentes.
Mas o que perderam no jogo pretendem ganhar no campeonato.
Assim, estão levando adiante uma infame montagem jurídica com a qual foram processados por supostos delitos de associação para Delinquir, Sabotagem e Lesões Pessoais, a cinco dos líderes deste movimento de trabalhadores e a dois de seus assessores políticos.
Foto: juanpalacamara.blogspot.com
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